Bernardo Atilano, Sónia Gonçalves, Santiago Batalha, Madalena Fortunato, Tiago Berenguer. Em diferentes escalões, mas com boa e crescente representatividade, Portugal tem gradualmente elevado o nível de competitividade do badminton nacional. Com atletas promissores – caso por exemplo de Tiago Berenguer, campeão europeu sub-15 e atual n.º 3 do ranking sub-17 –, e de Bernardo Atilano, número 1 nacional e único do país a aspirar o apuramento para os Jogos Olímpicos, a modalidade tem ganhado notoriedade e pouco a pouco concretizado uma evolução.
“Nós para 2023 continuamos a trabalhar em várias frentes. Temos aqui vários objetivos naquele que é o nosso planeamento. Temos o objetivo, por exemplo, de continuar a tentar proporcionar aos nossos atletas mais competições internacionais”, destacou o selecionador nacional Diogo Silva – que divide a função com o antigo olímpico Fernando Silva.
Por enquanto, as pretensões de Portugal nas competições internacionais passam essencialmente pela experiência de estar a jogar com os melhores do mundo. Parte de uma planeamento a longo prazo, a Federação de Badminton de Portugal busca oferecer mais oportunidades de estágios, mais acesso a competições e expandir o leque de oportunidades para segurar os talentos.
“Temos mais um pilar que é algo que nós também temos vindo a prestar que passa por tentar reter os nossos melhores atletas e os nossos talentos em termos daquilo que é o investimento na modalidade. Portanto, além dos estágios que temos estado a proporcionar, o investimento na seleção nacional sub-23 é também para que consigamos reter os nossos melhores atletas. Chega uma idade de ensino universitário, é uma idade que nós estatisticamente e historicamente costumamos perder alguns dos nossos melhores atletas, e estamos a tentar que isso não aconteça, oferecendo ou criando condições para que esses atletas continuem a investir na sua performance e no seu desenvolvimento desportivo para que possamos tê-los no badminton nacional durante mais uma década e não apenas nos escalões de formação”, destacou Diogo Silva.
Santiago Batalha, jovem atleta de badminton, de apenas 16 anos, venceu, conquistou no ano passado os XIV Portugal Junior International. Madalena Fortunato, 18 anos, com uma série de títulos nacionais nos escalões de formação somados às boas prestações internacionais recentes, é mais uma realidade do badminton português a sonhar, planeadamente, com os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Com uma quantidade de novos talentos a surgir, Diogo Silva explica que a nova geração é boa, mas não quer dizer que as anteriores também não fossem. Alguns gatilhos explicam a mudança.
“Eu acho que essencialmente o que distingue essa geração atual de gerações anteriores são as oportunidades que eles estão a ter. Aqui tenho que ser muito franco, eu olho para aqueles que são os nossos atletas com 25, 27 anos, os nossos sub-23, eles são atletas igualmente talentosos e muito trabalhadores e dedicados. Mas, de facto, houve uma fase me que esses atletas não tiveram a oportunidade de competir internacionalmente como esta nova geração está a ter”, começou por explicar Diogo Silva.
“O que acontece é que com essas oportunidades essa nova geração acaba por desafiar e competir com atletas de nível superior muito mais cedo e talvez por isso, isso esteja a refletir em alguns resultados mais relevantes a nível internacional. Estou convencido que os atletas das gerações que vieram antes, principalmente as gerações naquela década da crise em Portugal, com menos investimento, que as gerações desta faixa etária, se tivessem tido as oportunidades desta geração atual, também iriam corresponder a esse investimento, como aliás vemos nas oportunidades que lhes estamos a dar agora ao nível sénior”, completou.
Por fim, o selecionador nacional destacou três fases da evolução do badminton, projetando uma crescente e dias melhores no futuro.
“Houve uma fase em que não competíamos de todo internacionalmente, depois houve uma segunda fase em que conseguimos proporcionar a presença pelo menos nessas grandes provas e agora estamos numa terceira etapa que passa por conseguir que os nossos atletas compitam internacionalmente noutras provas de forma que quando chegam a esses grandes eventos já estejam mais habituados aos palcos internacionais, já conheçam bem os adversários e possam encará-los com outra confiança e ambição que seria impossível se fosse a primeira vez que estivessem naquele ambiente”, pontuou Diogo.