Hexacampeão nacional em título e único atleta com chances concretas de representar o badminton nacional em Paris 2024, Bernardo Atiliano olha para 2023 como uma espécie de “ano chave” para a sua carreira. Após um 2022 dos mais vitoriosos da carreira, o número 1 de Portugal começa o ano decisivo para o inédito apuramento aos Jogos Olímpicos com otimismo e garantindo estar “mais maduro” e “mais preparado” do que nunca para manter o mais alto nível.
Na primeira atualização da temporada do ranking, uma motivação extra: a Federação Internacional de Badminton confirmou o atleta do Che Lagoense na sua melhor posição de sempre no quadro, sendo agora o 86.º mundial. O dinamarquês Viktor Axelsen, campeão olímpico em Tóquio 2020, segue na liderança geral. Satisfeito com a evolução, em conversa com a SportMagazine Bernardo Atiliano garantiu estar preparado para cumprir os objetivos em 2023.
“Estou bastante otimista e preparado também. Já tenho uma qualificação atrás e sei o que é que custa [em Tóquio 2020 não alcançou o apuramento por quatro posições]. Se calhar, na altura em que comecei não estava a espera das dificuldades todas que ia encontrar, mas agora já sei. Portanto, já olho para as coisas de uma forma diferente. E também tenho mais maturidade. Isso ajuda um bocadinho a encarar esses desafios de uma forma diferente”, destacou.
Entre as boas prestações em 2022, destacam-se o vice-campeão do Brasil International Series de badminton e o terceiro lugar no o Guatemala International Series 2022. Os pódios levaram o atleta de 26 anos, em outubro passado, pela primeira vez ao top-100 do ranking mundial. O cenário, aponta o selecionador nacional Diogo Silva, deixa Portugal mais otimista por um regresso aos Jogos Olímpicos no próximo ano.
“O Bernardo Atilano, como o nosso atleta mais bem posicionado neste momento, vai ter agora mais um ano exigente. Ele está bem dentro do top-100, vai iniciar o recall olímpico numa posição mais favorável do que iniciou a última e, portanto, estamos otimistas quanto ao possível sucesso desse apuramento. Sabemos que há muitos atletas a competir pelos primeiros lugares, mas sentimos o Bernardo forte e confiante para este ano de apuramento olímpico”, destacou Diogo Silva, treinador da Equipa Nacional – que divide a função com o antigo olímpico Fernando Silva.
Foto: Che Lagoense
Atleta do CHE Lagoense, Bernardo Atiliano começará o “Race to Paris” a partir de 1 de maio, quando as competições começam a valer pontos efetivamente para a qualificação olímpica. Num ciclo de 12 meses, Atilano precisará somar o máximo de sucessos para garantir uma das vagas. Até lá, ele espera estar totalmente recuperado de uma lesão no tornozelo sofrida em setembro passando, ainda antes da competição em terminou com o vice-campeonato no Brasil.
“Ainda está um bocado a recuperar. Foi muito tempo a forçar, sem parar o tempo necessário. Agora, obviamente que se recente, mas já está muito melhor. Agora é tentar recuperar, treinar bem e começar as competições para dar o máximo”, disse, detalhando a seguir os planos que tem em mente para o ano.
“Tenho vários objetivos começando pela competição nacional, que para mim é sempre bastante importante. Em termos de equipas, quero revalidar o título com a CHE Lagoense [são atuais bicampeões em título], em equipas mistas na primeira divisão. E depois temos a Taça dos Campeões Europeus. E depois quero revalidar o título nacional [singular, onde ganhou os seis últimos disputados]”, acrescentou.
Desde o último ciclo olímpico, o atleta da Equipa Portugal passou a ser contemplado com o programa Solidariedade Olímpica, que apoia a jovens esperanças olímpicas com vista à preparação dos Jogos Olímpicos, agora com foco em Paris 2024 e Los Angeles 2028. Treinado desde 2015 por Pedro Gomes, Bernardo Atilano espera também no mínimo repetir em 2023 os bons resultados do ano anterior.
“No panorama internacional eu tenho objetivos muito claros: primeiramente, o apuramento para os Jogos Europeus, que vão se realizar no final de junho/julho, e vai ser o meu Campeonato da Europa este ano. São os Jogos Olímpicos do continente europeu e é um objetivo meu. Portanto, claramente quero estar presente e é uma boa altura. Gosto muito porque os atletas vão em comitiva com o Comité Olímpico [de Portugal, COP]. E depois, em agosto, é novamente o meu apuramento para o Campeonato do Mundo, que vai ser na Dinamarca. estou focado nessas duas metas em termos de apuramento”, destacou.
“Em termos de todos os outros torneios internacionais, o meu objetivo vai ser sempre fazer o melhor possível, com foco obviamente mais apurado para a partir de 1 de maio, quando começa a qualificação, mas meu objetivo é terminar 2023 com o ranking que eu tenho atualmente. Próximo ano quero estar entre o top-80 e top-100, é uma boa baliza para me focar”, complementou o atleta lisboeta.
Bernardo Atilano. Foto: FPB