Integrada ao programa Solidariedade Olímpica, do Comité Olímpico Internacional, Madalena Fortunato é – ou, na verdade, era – até há pouco tempo uma das maiores promessas do badminton português na atualidade. Afinal, com uma série de títulos nacionais nos escalões de formação somados às boas prestações internacionais recentes, já se pode dizer que a atleta do CHE Lagoense é uma realidade do badminton português a sonhar, planeadamente, com os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028.
Com apenas 18 anos, Madalena Fortunato este ano revalidou o título nacional que detém no escalão sub-21 – além de ter sido vice-campeã de par de senhora da mesma categoria ao lado de Beatriz Roberto. Ainda este ano, vai tentar repetir as conquistas do ano passado no sub-19, além de entrar pela segunda vez a competir entre os séniores (na estreia, em 2021, foi até à meia-final). “O meu objetivo é ser campeã nacional singular nas duas e fazendo o par de senhora também seria um objetivo”, disse a atleta em entrevista à SportMagazine.
O otimismo não é em vão. Afinal, esta semana Madalena Fortunato foi a única atleta portuguesa a chegar aos quartos de final no Internacional de Espanha de badminton, em Blanca Dona – acabou derrotada numa apertada batalha com a dinamarquesa Laura Thomsen. Antes, a jogadora da Equipa Portugal afastou a cabeça-de-série n.º 1, a checa Katerina Tomalova, em dois sets, com os parciais de 22-20 e 21-17.
“Eu para já estou mesmo muito satisfeita porque foi a minha melhor prestação até agora numa competição sénior. Eu só comecei há pouco tempo a fazer o circuito sénior, visto que só tenho 18 anos e ter conseguido chegar aos quartos de final foi um passo muito importante para mim e que me faz cada vez querer mais e a partir daqui quero sempre procurar ainda melhores resultados”, afirmou Madalena, a detalhar a seguir os jogos que fez em Espanha.
“Com a primeira cabeça de série, claro que eu sabia que seria um jogo muito complicado, especialmente pelo historial dela, abaixo dos 150 do mundo. Portanto, uma excelente jogadora. Mas quando entrei no campo, felizmente foi para o meu lado e ter eliminado a primeira cabeça de série é sempre muito bom. E pronto, no geral, não só falando por mim, mas por toda a equipa portuguesa, que conseguiu ter muitos jogadores nos oitavos de final, foi uma participação muito boa para todos”, acrescentou.
Atleta natural de Lisboa, “mas desde sempre a viver nas Caldas da Rainha”, onde também treina no Centro de Alto Rendimento sob a orientação dos selecionadores nacionais Diogo Silva e Fernando Silva, Madalena Fortunato trocou este ano o MVD, das Caldas da Rainha, pelos algarvios do CHE Lagoense. Mudou de clube, mas seguiu o caminho das vitórias – inclusivamente no campo dos estudos.
“Por acaso, soube exatamente hoje [esta quinta-feira] que entrei na faculdade. Sei que os estudos têm um papel muito importante e vou tentar conciliar os dois”, contou, animada, a nova estudante de Gestão do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa.
Programa Solidariedade Olímpica
Desde maio passado, a atleta da Equipa Portugal passou a ser contemplada com o programa Solidariedade Olímpica, que apoia a jovens esperanças olímpicas com vista à preparação dos ciclos Paris 2024 e Los Angeles 2028. Com essa bolsa, Madalena garante que passou a ter um horizonte mais promissor.
“Esta bolsa tem sido mesmo, mesmo muito importante porque eu queria tentar a qualificação olímpica, sabendo que (Paris) 2024 está muito próximo e, pela minha idade, não é o principal objetivo, mas sim Los Angeles 2028, e só com esta bolsa é que é possível fazer um grande número de torneios internacionais neste momento”, destacou.
“No circuito são muitas pessoas a lutar por isso e, apesar da nossa Federação estar a fazer um bom esforço para competirmos mais internacionalmente, só com uma bolsa dessas é que é possível fazer uma competição regular. Nos últimos meses, já fui a algumas competições com a bolsa e é assim que vou ganhando um ritmo e vou conseguindo pontuar cada vez mais para subir no ranking”, comemorou Madalena.
Além de buscar os títulos nacionais já mencionados, até o final deste ano, a jovem atleta número um do ranking nacional sub-19 e 3.ª classificada nos séniores, ainda espera seguir colhendo experiência e bons resultados também nas competições internacionais.
“É continuar a ter mais experiências como essas [no Internacional de Espanha], se conseguir alcançar mais quartos de final melhor ainda. Mas como o objetivo dos Jogos Olímpicos é a longo prazo, acho que o mais importante agora é ir ganhando ritmo e experiência e também aprendendo com os jogadores com que vou defrontando para evoluir cada vez mais”, pontuou.