Atual sétima colocada do ranking mundial, a judoca Catarina Costa é uma das principais esperanças de sucesso do país no Grand Prix de Portugal, que irá decorrer em Almada, de sexta-feira a domingo. A atleta da Associação Académica de Coimbra, vice-campeã europeia em título, recorde-se, venceu esta mesma competição disputada na sua categoria, -48 kg, no ano passado. Com o peso e a motivação de competir em casa – lado a lado – e defender o ouro conquistado, a judoca de 26 anos destacou que está preparada e, acima de tudo, mostrou-se tranquila para a competição.
“Ser a atual campeã desta competição claro que me dá muita responsabilidade e é um peso extra, mas eu vejo isso também como uma grande motivação. Aqui há apenas uma pequena grande diferença para o ano anterior: é que em 2022 não contava para o apuramento olímpico e este ano já conta. Portanto, na verdade, partimos todas do mesmo patamar. Este ano também tem adversárias mais cotadas e acaba por ser então uma competição de grande nível e por esse motivo já vai ser difícil”, explicou Catarina Costa, em declaração à SportMagazine.
Estarão na disputa com Catarina, a mais bem ranqueada na prova, algumas atletas de peso como a cazaque Abiba Abuzhakynova, oitava do ranking mundial e medalha de bronze no mundial de 2022; a israelita Shira Rishony (13.ª), a espanhola Laura Martinez Abelenda (16.ª) – todas as 30 competidoras da prova podem aqui ser encontradas.
Assim como no ano passado, quando venceu a competição, a atleta treinada por João Neto deverá contar com o apoio presencial de familiares e amigos, o que garante: trará uma força extra. “O facto de ser em casa acaba por me dar uns pontos a favor porque vou ter o apoio do público, de amigos e da família que vêm de propósito para me ver e esta é a minha maior motivação para este GP”, afirmou.
A atleta treinada por João Neto terminou 2022 de forma positiva, com uma medalha de bronze conquistada nos Masters de Jerusalém, em 20 de dezembro. Num ano com também contou com a medalha de prata no Europeu de Sofia, em abril, além do ouro no GP Portugal, Catarina fez um breve balanço de um 2022 “aquém” – o que, seguramente, veio devido especialmente a resultados como a precoce eliminação no Mundial.
“Foi um ano que ficou um bocadinho aquém das minhas expectativas e portanto para 2023 gostava de poder superar um bocadinho os resultados do ano anterior. Espero que este GP seja a rampa de lançamento para um ano melhor. Claro que os grandes objetivos serão agora em maio o Mundial e depois mais tarde o Europeu”, disse.
“Todas as provas em que eu entrar, obviamente, terei como foco e ambição terminar no pódio. Aquilo que posso prometer é que vou treinar e trabalhar bastante para não só conseguir alcançar esses objetivos este ano, mas começar também a preparar o próximo ano e com vista aos Jogos Olímpicos de Paris o principal objetivo este ano passa por evoluir e sentir que o meu judo está cada vez mais afinado e cada vez melhor para então poder ir tendo bons resultados”, complementou.
Catarina Costa, que divide os treinos e competições com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, realizou o primeiro estágio do ano em Mittersil, na Áustria, entre os dias 10 e 13 deste mês, juntamente com a comitiva da Seleção Nacional – a incluir nomes como os supercampeões Telma Monteiro e Jorge Fonseca, ambos, entretanto, fora do GP Portugal devido a lesões. Catarina Costa revelou que aproveitou os dias de preparação para trabalhar novas técnicas e táticas.
“Foi um estágio muito proveitoso porque pude lutar com algumas adversárias de topo e algumas adversárias novas que estão a aparecer agora, e com bastante qualidade também. E foi então um estágio onde eu pude treinar algumas das minhas técnicas novas, experimentá-las, e também algumas táticas novas que temos feito de pegas. Foi um estágio que correu muito bem e muito positivo”, garantiu a judoca, que teve pouco tempo de preparação devido ao calendário apertado.
“A minha última competição terminou a 20 de dezembro. Eu, entretanto, tirei alguns dias de férias para aproveitar a época e a família e voltei a 27 de dezembro. Portanto, apenas um mês para preparar não só para esta competição, mas para o início da época. Esta competição não é propriamente o grande foco deste início de época, que será no Grand Slam Tel Aviv a 17 de fevereiro”, acrescentou a atleta natural de Coimbra.
A competição no Complexo Municipal dos Desportos da Cidade de Almada marca o arranque do circuito internacional deste ano. Ao todo são esperados 547 judocas de 81 países, incluindo 39 judocas lusos – 22 em masculinos e 17 em femininos.
Além de Catarina, estarão presentes a representar Portugal: Raquel Brito (-48 kg), Joana Diogo (-52 kg), Maria Siderot (-52 kg), Mariana Máximo (-52 kg), Catarina Silva (-52 kg), Teresa Trindade (-57 kg), Ana Agulhas (-57 kg), Raquel Brás (-57 kg), Bárbara Timo (-63 kg), Wilsa Gomes (-63 kg), Joana Crisóstomo (-70 kg), Tais Pina (-70 kg), Patrícia Sampaio (-78 kg), Carolina Paiva (-78 kg), Beatriz Moreira (-78 kg), Rochele Nunes (+78 kg), Rodrigo Lopes (-60 kg), Ricardo Pires (-60 kg), Miguel Pisco (-60 kg), Emerson Silva (-60 kg), Miguel Gago (-66 kg), Bernardo T. Fernandes (-66 kg), Nuno Martins (-66 kg), Bruno Bento (-66 kg), João Crisóstomo (-73 kg), Otari Kvantidze (-73 kg), Saba Danelia (-73 kg), Lucas Bernardo (-73 kg), Anri Egutidze (-81 kg), João Fernando (-81 kg), Manuel Rodrigues (-81 kg), Diogo Rangel (-81 kg), Ricardo Serrão (-90 kg), Diogo Brites (-100 kg), Célio Dias (-100 kg), Guilherme Silva (-100 kg), Ailton Cardoso (-100 kg) e Vasco Rompão (+100 kg), que são acompanhados pelos Treinadores Pedro Soares e Marco Morais.
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