O apuramento para Tóquio no salto em comprimento fugiu-lhe por 5 centímetros. A pandemia e a escassez de competições disponíveis para obter a qualificação comprometeram o objetivo. Lenine já tinha ganho uma medalha de bronze em Londres 2012, a juntar às mais de duas centenas em competições nacionais e internacionais em especialidades com os saltos horizontais, no pentatlo e no heptatlo.
“Estes anos de competição foram memoráveis. Comecei na alta competição com o treinador Costa Pereira, ganhando muitos troféus, medalhas e muitos recordes mundiais batidos. Posso dizer que a minha vida começou há 22 anos atrás. Tudo o que sou hoje na vida, todas as 226 medalhas internacionais, todos os prémios e troféus lhe devo a ele, pois sem ele eu não era a pessoa que sou hoje. Posso dizer que vai continuar a ser um segundo pai para mim”, diz o atleta à SportMagazine.
“Sobre as maiores dificuldades que tem encontrado para a sua carreira desportiva, Lenine Cunha admite que os tempos mudaram para melhor: “No início havia poucos ou nenhuns apoios, agora os atletas paralímpicos não se podem queixar, pois têm o que necessitam para treinar e competir ao melhor nível.”
Lenine Cunha treina desde há dois anos no Clube Futebol Oliveira do Douro. Quando abandonar a competição, momento que ainda não antevê, quer ser treinador.
“Vou para a minha terceira época no Clube Futebol Oliveira do Douro e fiz uma grande escolha ao vir para aqui. Há um grande apoio mútuo e tenho tudo que preciso. Espero continuar a representar o meu país e, se possível, a ganhar medalhas. O mais importante é continuar a fazer o que mais amo, o atletismo. O resto vem por acréscimo. Neste momento estou quase a acabar o curso de atletismo grau 1 e no futuro treinar atletas paralímpicos”, conclui o mais medalhado atleta português.