Foram dois recordes nacionais estabelecidos (100m e 200m costas), duas medalhas de ouro dos Jogos do Mediterrâneo, além de uma final na sua estreia em Campeonatos da Europa – a igualar o melhor resultado de sempre da natação feminina na competição (Catarina Monteiro, em Glasgow 2018, nos 200m mariposa; e Tamila Holub, também em Roma 2022, nos 1.500m livres). Camila Rebelo viveu em 2022 o melhor momento da carreira – segundo ela própria já fez questão de ressaltar. Aos 19 anos, a nadadora do Louzan Natação, já consolidada em 2023 como uma das joias da natação nacional, agora tem o foco voltado para obtenção dos mínimos para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Marca que está muito próxima de ser alcançada.
Camila Rebelo está a 2 centésimos dos mínimos A para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 na sua melhor prova, os 200m costas. A melhor marca de sempre de Camila foi fixada nos Jogos do Mediterrâneo (2,10.41) – na ocasião, em junho do ano passado. Para Paris, a marca está estabelecida em 2.10,39.
“Não estou a pensar, ‘ah, quero fazer o mínimo’. Se meter essa pressão toda assim pode correr mal. Portanto, acho que é tentar melhorar os tempos que tenho. Se eu conseguir melhores tempos do que eu tenho, dá para chegar bastante perto ou fazer os mínimos. Acho que é um passo de cada vez”, afirmou a nadadora em entrevista à SportMagazine.
Camila também está perto de alcançar os mínimos necessários nos 100m costas. No Europeu passado alcançou a sua melhor marca – terminou em 1.00,66, ficando a 28 centésimos de um lugar na final (foi a 9.ª geral). Para ir a Paris 2024 nesta prova precisa baixar o tempo para 59,99 (mínimos A) – ou seja, superar o seu melhor em 67 centésimos, um progresso que a levar em consideração a progressão do último ano, não parece distante.
“Sentimos que ela ainda tem muita margem de evolução, se continuar focada e empenhada pode continuar a melhorar. Achamos que Paris é quase uma realidade, mas não podemos dar como garantido”, afirmou Vítor Ferreira, treinador de Camila, em entrevista recente à SportMagazine.
“Quando eu comecei a época passada, o maior objetivo era fazer o mínimo para o Europeu. Já era o meu segundo ano de sénior e queria mesmo ir ao primeiro campeonato absoluto. Depois, fiz o mínimo em duas provas. Só estava a contar fazer uma, fiz em dias. E depois aproximar tão perto do mínimo para os Jogos e depois chegar ao Europeu e fazer uma final no meu primeiro Europeu, acho que passou completamente as minhas expectativas. Por isso, senti-me realizada”, avaliou a atleta, em relação a 2022.
Para além de conquistar os mínimos para os Jogos Olímpicos – marcas que quer já conquistar nos nacionais a partir de março] , Camila Rebelo também está determinada a seguir em evolução, com boas prestações ao longo do ano. Uma das competições que estuda participar com força será o Campeonato da Europa sub-23, criado para esta temporada.
“O mínimo é o principal [para 2023]. Já devíamos despachá-lo, fazer o mínimo agora em março [nos Campeonatos Nacionais] seria o ideal. E depois posso ver o que é que falta, o que não falta e ter mais tempo de preparação. Além de fazer o mínimo, ainda não sei quais são as provas internacionais que vou fazer”, começou por dizer.
“No final de julho e agosto há muitas provas, Mundiais, Universíades, há o Europeu sub-23, ainda não sei bem quais são as provas exatas que vou fazer. Mas será o pico para esses campeonatos. Se eu for ao Europeu sub-23 vou tentar uma final, se puder ser um pódio também era engraçado. Se for aos Mundiais, quero tentar fazer o melhor, absolver a experiência, também vai ser o primeiro Mundial absoluto e é mais por aí”, detalhou a nadadora.
Camila Rebelo segue até o dia 3 de fevereiro no estágio de altitude, em Font Romeo. Ela está acompanhada, entre outros, pelos treinadores Vítor Ferreira e Gonçalo Neves, e pelos seguintes nadadores: Ana Catarina Monteiro (CFV); Diana Durães (SLB); Mariana Cunha (CNCE); Tamila Holub (SCB); Gabriel Lopes (ALN). Dois nadadores compõem a equipa de natação adaptada: Diogo Cancela (ALN) e Tomás Cordeiro (CNCE).
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