O selecionador nacional de voleibol feminino, Hugo Silva, em entrevista ao SportMagazine, no âmbito da presença da seleção nacional no Alto Minho, integrada na Viana do Castelo – Cidade Europeia do Desporto 2023, explica a “grande evolução” no voleibol, sublinhando que, nesta altura, o feminino é “mais atrativo” que o masculino, basicamente porque o espetáculo é “melhor” e “mais atrativo”.
No Centro Cultural de Viana do Castelo, no passado domingo, a turma lusa venceu a sai congénere das Ilhas Faroé, com parciais de 25-9, 25-13 e 25-9, alcançando, assim, a quarta vitória em outros tantos jogos, e assegurando a presença na fase decisiva da Silver League, marcada para 24 e 25 de junho, em Graz, na Áustria.
SportMagazine (SM) – Portugal apurou-se para a final-four da Silver League. É possível fazer melhor do que nas edições anteriores?
Hugo Silva (HS) – Acima de tudo, é importante estabilizar o grupo. É importante que quatro ou cinco [atletas] não desapareçam de um ano para o outro. É um problema do voleibol feminino: não se cristalizar um grupo ao longo de meia dúzia de anos. Melhorar é difícil, mas é sempre possível. Saíram jogadoras que jogaram muito no ano passado e que tiveram um papel importante, mas estão cá outras. É com elas que vamos tentar consolidar o que é importante consolidar, para tornar o nosso jogo o mais competitivo possível.
SM – O voleibol, sobretudo na vertente feminina, tem tido uma evolução brutal. E até os adeptos têm “aderido” mais…
HS – Temos contado com mais adeptos nas bancadas, como se viu nos últimos jogos, como por exemplo em Viana do Castelo. O desporto feminino tem sido um fenómeno. Quando comecei a praticar voleibol era algo só para homens… hoje em dia são elas a dominar. Dominam em tudo e, claro, no desporto é igual. Obviamente que são parâmetros de jogo diferentes, a qualidade de jogo também, mas o jogo é mais atrativo. O grande objetivo do voleibol é manter a bola sustentável, no ar, e elas conseguem ter a bola no ar mais tempo que o masculino. E isso torna o jogo muito mais atrativo. E possivelmente é devido a essa espetacularidade que tem chamado mais gente aos pavilhões.
*por Pedro Silva*