Alexandre Ferreira, capitão da Seleção Nacional de voleibol, veste as cores do Fenerbahçe, um dos grandes clubes da Turquia.
Depois do sismo que atingiu o país, o emblema turco transformou o estádio de futebol num quartel-general das ações humanitárias e conta com a participação do capitão luso.
«Aqui, em Istambul, foi tranquilo, já senti um sismo, mas foi há uns meses. Acordei sobressaltado, mas não teve a mesma gravidade. Neste, tínhamos ido jogar a Ancara e vínhamos em viagem quando soubemos das notícias à noite. Estava um temporal enorme de neve e vento», mencionou em declarações ao jornal A Bola.
Dez dias depois da terra ter tremido na Turquia e Síria, as imagens de devastação não param, mas também há outras que revelam a ajuda ao próximo. Entre os clubes mais emblemáticos turcos está o Fenerbahçe que fez do estádio de futebol o quartel-general das ações humanitárias das quais Alexandre Ferreira, capitão da Seleção Nacional de voleibol e zona 4 do Fenerbahçe HDI Sigorta, tem feito parte.
«Aqui, em Istambul, foi tranquilo, já senti um sismo, mas foi há uns meses. Acordei sobressaltado, mas não teve a mesma gravidade. Neste, tínhamos ido jogar a Ancara e vínhamos em viagem quando soubemos das notícias à noite. Estava um temporal enorme de neve e vento», começou por contar o mais bem cotado dos zona 4 da liga turca a A BOLA, após o regresso ao treino.
«Hoje [ontem], começámos uma iniciativa de três dias a doar sangue. É aberto a todos, com o ponto de encontro a ser o estádio de futebol do Fenerbahçe. Desde o terramoto, encontramo-nos lá. O clube disponibilizou os autocarros de todas as modalidades e camiões para levarem bens essenciais para as vítimas. Juntamo-nos todos, cada um deu um valor, e comprámos alimentos e outros bens. Os jogadores turcos têm promovido outro tipo de ajudas, mais personalizadas, pois têm conhecidos, amigos e familiares que tinham negócios, casa e perderam tudo», relatou.
Quando questionado sobre o regresso às competições, o atleta esclareceu que: «Falaram-nos em 2 ou 3 de março, mas nada é certo», acrescentando que «Muitas equipas de lá [zona afetada pelo sismo] já não voltam, ficaram sem pavilhão, sem nada. O Fenerbahçe recebeu um rapaz dos juniores de lá que perdeu a família toda. Vai jogar aqui e, como o clube tem residência para os mais novos, fica a morar lá. Aliás, o clube está disponível para receber mais», realçou o português.
«Infelizmente, tem havido assaltos a casas. Também têm assaltado camiões que levam os bens angariados. Um dos nossos foi mandado parar na estrada. Vi vídeos da polícia militar turca a apanhá-los. Até já ouvi relatos de bebés roubados para o tráfico humano», concluiu.