A conquista se deu após apenas aproximadamente seis meses do par começar a treinar junto. Apesar de ser muito recente, a coreografia idealizada por Rui Cansado teve uma execução bem avaliada, suficiente para que os portugueses alcançassem uma medalha.
“O nosso grande desafio foi agendarmos treinos juntos, porque eu treino na União Recreativa do Dafundo e o Rui [Cansado] está a estudar em Leiria. Também pensava que um grande desafio seria, enquanto par, nos adaptarmos um ao outro, pois exige sempre que tenhamos uma ‘química’ que o público reconheça e goste de assistir. Mas correu muito bem, o Rui é uma pessoa muito positiva, o que ajuda muito, e acho que conseguimos atingir esse objetivo”, afirmou Tânia Almeida em entrevista à SportMagazine.
“Mas o que se veio a revelar mesmo como desafio foi estar perto de muitos atletas que vejo como exemplos a seguir, aquecer junto deles, estar numa dinâmica de seleção nacional junto das outras seleções, assistir ao apoio que nos deram da bancada e sentir o peso da responsabilidade por representar Portugal, acrescentou a ginasta.
Sobre a coreografia apresentada, Tânia Almeida avaliou a complexidade dos movimentos como alta e destacou a dedicação para realizar uma boa apresentação.
“Nós temos estado a trabalhar muito tecnicamente para nos apresentarmos ao mundo com uma dificuldade que nos distinga, conseguindo ficar entre os melhores. Não é fácil, porque há elementos que queremos apresentar que nunca foram realizados por nenhum atleta português e muito poucos no mundo o fazem. Como exemplo destacaria um elemento chamado ‘offaxis’, com o valor de 0,9 (o valor máximo dos elementos é de 1 ponto) e que mais nenhum par misto apresentou”, ressaltou a atleta.
Com apenas 18 anos, Tânia Almeida está a construir uma carreira promissora. No ano passado, já foi finalista (7º lugar) em individual feminino e medalha de prata em par misto no Campeonato da Europa de Ginástica Aeróbica juniores, em Itália. “Esta medalha de prata ficará para sempre guardada como uma das minhas melhores recordações. Foi um momento de grande alegria e recompensa pelo trabalho, de duas épocas, que tive com o meu par Luís Rosas, que foi incansável”, recordou-se.
O par misto contou com a colaboração de vários treinadores e pessoas para chegar forte à Taça do Mundo. Trabalharam em conjunto Bruna Coelho, treinadora do URD, Alexandra Barroso, treinadora do CAGPD (do Rui Cansado), além do o selecionador nacional, Rui Cardoso.
Além da medalha no par misto, Portugal ainda alcançou em Cantanhede três finais: Rui Cansado foi 4º classificado em Individual Masculino; o Grupo composto por Luís Rosas, Francisca Sucena, Rui Cansado, Tânia Almeida e Diana Diogo também foi 4º; e o Trio Luís Rosas, Francisca Sucena e Diana Diogo foi 7º. Sobre o quarto lugar, Tânia também fez uma avaliação positiva.
“Acho que o Grupo fez uma boa apresentação. Mais uma vez a grande dificuldade é o agendamento dos nossos treinos, eu treino na União Recreativa do Dafundo, com a minha treinadora Bruna Coelho, que me acompanha desde o início, o Rui estuda em Leiria, a Diana em Aveiro e o Luís e a Francisca treinam em Águeda. Em relação ao resultado obtido pelo grupo, ficámos orgulhosos, mas há sempre coisas para melhorar”, destacou.