“As Perspetivas dos dirigentes sobre as mudanças necessárias no futsal feminino”, moderado por Pedro Catita, que contou com as presenças de Sofia Teles (AF Porto), Rui Lança (responsável por todas as modalidades de pavilhão do Benfica), Pedro Sousa (AF Braga) e Sérgio Fernandes (Vitória Clube de Santarém), foi um dos mais animados do do “II Fórum de Futsal Feminino – O Desenvolvimento do Atleta a Longo Prazo”, que teve lugar no Pavilhão Multiusos de Guimarães.
Rui Lança, responsável por todas as modalidades de pavilhão do Benfica, emblema que, em 2022/2023, conquistou, seis títulos de campeão em 10 (27 troféus no total), referiu, logo na abertura do painel, que “o pior do desporto jovem são os pais e do desporto são os dirigentes”, revelando que evita ir ver os jogos dos filhos, lamentando, por exemplo, o que se passa “em jogos de sub-12, por exemplo, entre o Benfica e o Sporting”.
Quanto ao futsal feminino e sua evolução, Rui Lanças destaca a importância de, antes de tudo, ser discutido “o ecossistema”, ou seja, tudo o que envolve o desporto, considerando “muito curto” o tempo que as crianças passam a fazer desporto na escola.
“Temos de pensar na profissionalização mas, antes, em cativar as meninas. Não podemos pensar nisso até termos uma base tão forte e grande que nos permitirá, depois, espremer e “deitar fora” o que não queremos. Nesta altura, andamos a “rezar” para que apareçam”, vincou, destacando o “bom trabalho” que tem sido desenvolvido pela FPF.
“É preciso valorizar a competição em vez de desvalorizar. O Benfica tem sido melhor, porque querem estar connosco os melhores, mas a luta pata vencer tem sido tremenda”, sublinhando que o futsal até tem “algumas vantagens” porque alguns jogos “passam emc canal aberto (canal 11)”, uma situação que não se passa nos jogos de hóquei, andebol, voleibol e basquetebol, que apenas passam nos canais dos clubes ou nas plataformas de “streaming”.
“Primeiro, temos de convencer as crianças a fazer desporto. Depois, logo vemos em que modalidade”, finalizou.
Sofia Teles, da AF Porto, considera que é preciso “cativar as meninas” para o futsal e até vê algumas vantagens da modalidade em relação a outras. “Hoje em dia, os miúdos usam mais as redes sociais e o futsal sempre usou as transmissões streaming e a comunicação on-line para promover a modalidade. Temos, por isso, algumas vantagens”, destacou.
Sérgio Fernandes, director do Vitória Clube de Santarém, o segundo clube do país com mais praticantes no futsal, contou que a autarquia escalabitano “não cobra aluguer pelos pavilhões”, revelando que a mensalidade (25 euros) “não chega” para cobrir as despesas.
Pedro Sousa, da AF Braga, destacou as sinergias existentes entre a associação que faz parte e o poder local, que é “fundamental na promoção do desporto”, salientando a necessidade de “voltar a ser feito” um “grande investimento em infraestruturas”.
“Em Braga temos várias equipas que desistem porque não têm pavilhões para treinar”, juntou, desafiando a FPF a fazer anualmente “uma festa do futsal”.
*por Pedro Silva*