Keith Davids, professor da Universidade de Sheffield Hallam (Inglaterra), licenciou-se na Universidade de Londres e doutorou-se na Universidade de Leeds. O seu programa de investigação versa, entre outros itens, a influência de constrangimentos sobre as tendências coordenativas em atletas de modalidades individuais e coletivas, classificados por si como sistemas dinâmicos não-lineares.
As suas ideias sobre a psicologia ecológica e dinâmica não-linear têm sido integradas numa (emergente) pedagogia não-linear. Na sua atividade científica supervisiona e co-orienta alunos de doutoramento no Reino Unido, França, Finlândia, Austrália, Nova Zelândia e Portugal.
No pasado sábado, no Pavilhão Multiusos de Guimarães, no “II Forum de Futsal Feminino – O Desenvolvimento do Atleta a Longo Prazo”, Keith Davids revelou que, nos treinos e jogos, «o contexto é tudo». «Não me refiro apenas à parte física mas tudo o que envolve. O contexto social, cultural e emocional. Dos atletas, dos pais e dos treinadores. Considero que o foco deve ser colocado na pessoa. Ela, assim como o processo de aprendizagem, devem estar ao centro e serem nucleares em todo o processo», destacou.
«A chave é como saber adaptar», vincou, citando uma afirmação do russo Nikolai Bernsteoon, em 1967: “a prática é um tipo particular de repetição sem repetição”. «A adaptabilidade é a chave. Não devemos ditar ou dizer o que fazer, antes dizer o que devem procurar», vincou.
Keith Davids, que trabalhou com várias equipas inglesas de futebol da Premier League, destacou a importância do “development coaching”, acrescentando que o atual selecionador britânico, Gareth Harold Southgate, é um especialista na área.
Apesar dos esforços para introduzir e trabalhar estes novos conceitos, Keith Davids reconhece que é «muito difícil», devido à oposição e desconfiança de alguns treinadores e, sobretudo, porque a Inglaterra é um país «muito conservador».
Antes, na sessão de abertura, Pedro Dias Enrique Vásquéz Justo, Fernando Santos e Adelina Pinto (vereadora da Câmara de Guimarães que tem a seu cargo, entre outros pelouros, o da Educação) deram a sua versão sobre a forma como deve ser o futsal “crescer”, com a palavra equidade – em vez de igualdade – no foco de muitas das intervenções.
Seguiu-se um painel com o tema “Contributos da Investigação”, moderado por Joana Correia, do Instituto Politécnico do Porto, que contou com as presenças de Bruno Travassos (Universidade da Beira Interior), Fernando Santos (Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto), Gareth Jones (Temple university, Estados Unidos da América) e Keith Davids.
*por Pedro Silva*