No encontro relativo à “boa governança e transparência” estiveram presentes Georgios Stylianos, (membro da Comissão Executiva do Ética Summit 2022), Miguel Laranjeiro (presidente da Federação de Andebol de Portugal – FAP), Fabiana Bentes (presidente “Sou do Esporte” – Brasil), além de Augusto Bernardo Viegas Júnior (ex-presidente do Comité Olímpico Guiné Bissau) e o moderador da mesa, Jorge Delgado (presidente da Direção do Clube Recreativo Leões de Porto Salvo e Empresário e Managing Partner – Portugal).
Jorge Delgado começou por provocar a brasileira Fabiana Bentes, jornalista de formação, sobre os desafios da governança no desporto relativamente às dinâmicas com a comunicação social e, especialmente, atualmente, com as redes sociais.
Em seguida, foi a vez do presidente da FAP, Miguel Laranjeiro (que acabou por substituir a última da hora Diogo Guia, diretor de Políticas Públicas & COO ICSS Insight), a ser convidado a falar sobre a experiência recentemente lançada, a Certificação de Entidades Formadoras para o qual conta com a participação e envolvimento ativo dos clubes e associações da modalidade. Este processo reveste-se de enorme importância, uma vez que esta Certificação constitui um instrumento fundamental quer para a organização interna dos clubes, quer para o desenvolvimento e qualificação do processo de formação dos jovens atletas e para uma melhoria qualitativa do trabalho desenvolvido por todos os nossos clubes
“É um processo vasto, de elementos da área do treino, gestão, governança dos clubes, privilegiando numa primeira fase de colaboração com os clubes, com vista a melhorar os vários aspetos: seja na área desportiva ou organizativa. Do ponto de vista dos clubes que estão interessados nesse processo, quero dizer que é um agrado, porque há um entendimento geral por parte dos clubes que é necessário ter a boa governança e transparência”, afirmou.
Augusto Bernardo Viegas Júnior, sobre a mesma temática, trouxe exemplos emergenciais ligados à pandemia causada pela Covid-19. “Tudo o que pensávamos quanto a custos ficou ultrapassado; (…) portanto, tudo isso precisamos associar ao trabalho em conjunto para reestruturar o planeamento”, disse, atento à questão da governança para fundamental para superar desafios inerentes à administração desportiva. “Sentimos essa necessidade de governança quando foi necessária criar a Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa (ACOLOP), com restrito respeito às normas estabelecidas”, acrescentou o gestor africano, a destacar a necessidade de formar mais profissionais no país para colaborar nos setores sensíveis à transparência.
Foi sempre uma característica forte ao longo do evento, a participação do público através do chat. O professor José Carvalho, por exemplo, levou uma reflexão no ambiente virtual. “As questões associadas à governança para a transparência e sustentabilidade no desporto, são muito importantes. Que práticas e políticas de transparência devem ser privilegiadas no seio das organizações desportivas? Estarão as organizações desportivas disponíveis e interessadas em dar esse passo? Qual o entendimento que os dirigentes e decisores têm do conceito “transparência”? E quanto à sustentabilidade, que políticas para a componente do capital social e humano, enquanto vector estruturante da criação de valor neste âmbito?”, questionou.
“Concordo com José Carvalho, a transparência é essencial para credibilizar o desporto nacional junto dos decisores políticos e dos agentes económicos”, apontou em seguida o participante Pedro Ribeiro. “A maior dificuldade é incutir essa cultura na cabeça de alguns pais principalmente do futebol aqui no Brasil”, disse o participante Silvino M. Cunha Jr, atento às discussões.
No workshop que discutiu a “infiltração criminosa no desporto”, estiveram presentes o professor Jorge Carvalho (membro da Comissão Executiva do ES 2022), José Miguel Nora (advogado e presidente da Associação Portuguesa de Direito Desportivo – Portugal), Leonardo Andreotti (direção da ANDD – Academia Nacional de Direito Desportivo – Brasil), Luís Paulo Relógio (advogado e docente Universitário – Portugal), além de João Pedro Mendonça (jornalista RTP – Portugal).
O Ética Summit 2022 tem uma programação extensa ainda no domingo – esta pode aqui ser conferida.