Paulo Frischknecht, múltiplo campeão e recordista nacional, que conta com participações nas provas internacionais mais importantes da natação, tais como os Jogos Olímpicos de Montreal – 1976 – e Moscovo – 1980 – falou com a SportMagazine acerca do momento atual da natação portuguesa.
De acordo com o antigo presidente da Federação Portuguesa de Natação, existem muitas diferenças distintas entre os tempos em que era nadador e os tempos atuais. No entanto, aceita essas diferenças, afirmando que na natação, tal como noutras modalidades, o “progresso é a única via possível”.
“Julgo que as condições de prática são completamente distintas. A disponibilidade e o conforto dessa prática também. E os propósitos definidos, sem dúvida. Eu não gosto de fazer comparações, porque cada tempo tem todas as suas circunstâncias”, disse.
Paulo Frischknecht destacou ainda o número de praticantes, destacando que existem muitos mais nadadores hoje em dia do que nas décadas passadas. O que, segundo Paulo, também ele atual presidente do conselho de administração da Fundação do Desporto, só pode resultar em algum talento e em resultados desportivos positivos que acabam por dar mais visibilidade à natação.
Quando se falou de talento, o primeiro nome a surgir foi Diogo Ribeiro, nadador de 18 anos que representa o Sport Lisboa e Benfica. Paulo Frischknecht diz seguir o atleta português e destaca as qualidades do mesmo.
“O Diogo será, eventualmente, dos maiores talentos da natação portuguesa das últimas décadas. Felizmente tivemos talentos em todas elas. O Diogo Ribeiro é capaz de ser uma bandeira para os próximos cinco, dez anos em Portugal. Isto em termos internacionais, não é só para consumo interno. Face às marcas que já conseguiu, os lugares que tem no ranking e a sua disponibilidade em termos atléticos e a juventude. Portanto, é um dos exemplos acabador que só pode progredir daqui para a frente”, explicou.
Diogo Ribeiro bateu, recentemente, 10 recordes nacionais no Campeonato Nacional de Juvenis, Juniores, Absolutos e Longa Distância. Deteve seis recordes juniores e quatro absolutos. Dos absolutos, destacam-se os 50 metros mariposa, cujo recorde foi batido duas vezes por Diogo Ribeiro. A primeira vez com 23,69 segundos e a segunda vez com 23,54 segundos.
Outro destaque vai para os 100 metros livres. O atleta do Benfica foi o primeiro português a baixar dos 49 segundos, fazendo 48,96. No entanto, repetiu o feito dos 50 metros mariposa e bateu o recorde pela segunda vez. O nadador português realizou a prova em 48,72. Com estes tempos, o novo recordista nacional dos 50 metros mariposa e dos 100 metros livres garantiu a sua presença no Europeu e Mundial de absolutos, em Budapeste, e no Europeu e Mundial de juniores, em Roma. As provas realizar-se-ão em junho e agosto, respetivamente.