O primeiro Curso de Treinadores de Grau 2 de 2023 realizar-se-á em Braga e conta com as inscrições abertas até ao dia 20 de janeiro. O curso conta com 147 horas letivas, sendo que 11 horas serão de componente geral e 142 de uma componente mais específica, contando com um estágio de 120 horas mínimas durante uma época desportiva, completamente dedicado à condução de sessões de treino.
O formato do mesmo será híbrido, pelo que haverá sessões online e presenciais – no Salão Nobre da Casa do Povo de Fermentões. As sessões práticas irão decorrer no Pavilhão Desportivo de Fermentões. Marco Guimarães, diretor do curso, conversou com a SportMagazine sobre temas relacionados com o curso e de que forma é que este mesmo consegue impulsionar treinadores para o próximo passo.
SportMagazine (SM) – A idade mínima do Curso é de 19 anos. Que importância tem a participação da juventude nestes cursos de treinador?
Marco Guimarães (MG) – A participação de treinadores ou de futuros treinadores jovens é fundamental. Porque são os treinadores jovens que estão agora a entrar no mercado de trabalho, digamos assim, e que podem, em primeiro lugar, dar continuidade ao trabalho bem feito e, acima de tudo, podem trazer inovação ao treino, que o treinador tem que estar sempre atualizado. É muito importante que estes jovens treinadores entrem no mercado com a intenção de renovar mas, acima de tudo, que tenham também a possibilidade de ter acesso a uma formação de qualidade para sustentar o trabalho deles.
SM – De que forma este grau 2 prepara os treinadores para o passo seguinte?
MG – O curso, como qualquer um, dá as ferramentas e não as soluções. Um treinador decide o seu perfil e a sua carreira. Este curso de grau 2, atualmente, tem um número de horas bastante significativo, aborda um número de áreas todas elas dizem respeito ao treino desportivo e dessa forma, com essa amplitude de horas e muito trabalho prático, acho que permite dar-lhes as ferramentas necessárias para que o treino seja cada vez com mais qualidade.
SM – O último módulo, digamos assim, encontra-se ligado à nutrição. De que forma uma alimentação equilibrada e controlada pode influenciar qualquer prestação de um jogador/atleta?
MG – O curso de treinadores tem estas áreas e outras que fogem um bocadinho à temática do treino direto, mas são fundamentais por vários motivos. Isto porque podemos pensar que alguns deles [treinadores] vão treinar desde logo com escalões de formação. E é importante, desde logo, para os jovens atletas, essas necessidades, como o repouso, o descanso, o sono, a qualidade da alimentação, que eles devem ter. E a maioria dos clubes não tem os técnicos das áreas todas para fazer esse trabalho, ou seja, é o próprio trabalhador que faz esse trabalho. Se estivéssemos a falar a nível profissional, quem treina nesse nível e sénior no alto rendimento, podem perfeitamente ter um técnico para a alimentação. No caso dos clubes amadores, que é a grande maioria em Portugal, o treinador acaba por fazer esse trabalho. Relativamente à alimentação em si, claramente um atleta que não se alimente em condições, em primeiro lugar não vai estar apto para treinar. Em segundo lugar, não vai conseguir recuperar adequadamente. E para além disse, se não tiver hábitos de vida saudável dificilmente conseguimos tirar o máximo de rendimento desportivo dele.