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José António Silva: “Nunca abdicamos nem deixamos de ter a missão de vencer”Exclusivo 

José António Silva, selecionador nacional de andebol feminino. Foto: FPA

A seleção portuguesa de andebol feminino tem esta quinta-feira a oportunidade de conquistar a primeira vitória no Grupo 5 da Qualificação para o Campeonato da Europa 2022. Após perder com a Hungria (34-24) e a Espanha (22-23) nas jornadas iniciais, a equipa comandada por José António Silva recebe a congénere da Eslováquia, às 19h00, no Multiusos de Paredes. No próximo domingo, as duas seleções voltam a se defrontar no domingo, às 14h00 (de Portugal Continental), no Športová Hala, na cidade de Topolčany.

A Seleção Nacional preparou-se por duas semanas em estágio, primeiro apenas com atletas que atuam em Portugal e depois com as jogadoras que jogam fora do país, para os jogos com a Eslováquia – que assim como a equipa lusa ainda não venceu na qualificação. A classificação completa e a tabela com todos os jogos podem aqui ser conferidos. O Campeonato da Europa 2022 tem início marcado para o dia 4 de novembro de 2022 e decorrerá na Eslovénia, Macedónia do Norte e Montenegro.

O apuramento para o Euro 2022 para Portugal, entretanto, passa necessariamente por duas vitórias diante das eslovacas. Próximo de completar um ano à frente da Seleção Nacional, José António Silva conversou com a SportMagazine sobre o desafio. Mostrou-se confiante, porém realista. Animado com a evolução do trabalho e satisfeito com o empenho das jogadoras, avaliou como positivo o período de trabalho desenvolvido e agradeceu o empenho de atletas e gestores para fazer do andebol português feminino maior.

José António Silva, selecionador nacional de andebol. Foto: FPA

SportMagazine (SM) – Como avalia esses dias de estágio de preparação, primeiramente apenas com as jogadoras que atuam em Portugal, e em seguida com as atletas que atuam no exterior?

José António Silva (JAS) – Foi um estágio que teve duas fases distintas. Uma que trabalhamos com jogadoras só do nosso campeonato e que procuramos integrar algumas jogadoras para jogar ao modelo de jogo que estamos a tentar desenvolver. E na segunda fase com o contributo das jogadoras que estão fora do país e que nos dedicamos à preparação dos dois jogos com a Eslováquia. Tenho que fazer uma balanço positivo já que todas demonstraram grande disponibilidade para o trabalho e acabamos por cumprir quase todos os objetivos, se não todos, que tínhamos para essas duas semanas.

SM – Portugal tem dois jogos com a Eslováquia após perdes os dois jogos iniciais num grupo bastante difícil. Há pouco, disse que a “Hungria e a Espanha estão num patamar bem superior” e que da Eslováquia  podemos esperar desse adversário forte com experiência no último Mundial. Acredita que é possível vencer os dois jogos com as eslovacas?

JAS – Sim, acredito. Mas antes de mais, permita-me dizer-lhe que mesmo admitindo que a Hungria e a Espanha apresentarão, e eventualmente até a Eslováquia um pouquinho, não tão alto como as equipas anteriores, um nível de jogo superior ao nosso, nós nunca abdicamos nem deixamos de ter a missão de vencer os jogos. Aliás, como bem demonstramos no jogo com a Espanha. É ter precisamente essa consciência das diferenças que existem entre as duas equipa para definir a nossa estratégia e aguardar o jogo da forma que nos parece mais lógico para atenuar essas diferenças. Posto isto, relativamente aos jogos com a Eslováquia, temos noção daquilo que o nosso adversário faz. Temos respeito por aquilo que a equipa eslovaca tem feito em termos competitivos nos últimos tempos, mas como é evidente temos a ambição de ganhar os dois jogos e temos condições para isso, desde que consigamos manter a nossa organização coletiva, aquilo que definimos para o jogo. Se fizermos, temos todas as condições para vencer. Neste momento, posso dizer também que toda a equipa acredita que pode ganhar esses dois jogos e está muito motivada para alcançar o objetivo.

SM – Em que posição coloca o andebol português feminino em relação a outros países e o que acha que podemos melhorar ainda?

JAS – É muito difícil colocar para além do ranking que existe colocar uma posição à nossa Seleção, e não estamos muito bem qualificados. É muito difícil qualificar comparativamente com as outras equipas, pelo que eu preferia concentrar para aquilo que considero ser o mais relevante para alcançarmos um patamar de rendimentos superiores.

Isso passa logo pela criação de melhores condições para as atletas fazerem a sua atividade. Passa um pouco pelos clubes, mas os clubes também fazem um esforço brutal para dar essas condições. Passa mesmo do ponto de vista dos apoios que são necessários dar às atletas, melhoras as condições. Muitas vezes, nós somos condicionados na convocatória por limitações do ponto de vista profissional e pessoal que muito sinceramente condicionam como é evidente a atividade das nossas atletas. E passa, em última análise, criadas as duas primeiras vagas por assim dizer de condições, melhorar a nossa qualidade e quantidade do processo tendo em vista o desenvolvimento e evolução das nossas atletas para que depois na nossa Seleção possamos tirar partido disto. É um trabalho que depende de todos, desde a pessoa que trabalha só uma ou duas vezes por semana no clube na tentativa de dar boas condições aos atletas a nós aqui na seleção nacional, que procuramos juntar todos os esforços feito por todos para alcançar o nível que pretendemos.

SM – Em maio completa um ano como selecionador. Qual balanço pode fazer desse período?

JAS – Até agora, o balanço é extremamente positivo a todos os níveis. Gostaria de reforçar a enorme disponibilidade que tenho tido, e vontade de colaboração por parte de todas as atletas. Enorme disponibilidade e colaboração que tenho sentido por parte de todos os treinadores dos clubes e necessariamente o apoio da Federação. Acho também que temos correspondido. Temos feito o nosso trabalho bem feito, já conseguimos neste tempo alguns resultados muito interessantes, mas todos temos que ter consciência que isso é um processo que demora muito tempo a ser consolidado. Não depende só o que fazemos aqui, como referi há pouco, e que vai ter avanços e recuos, vamos ter momentos menos bons, pelo que o mais importante é contar com o apoio de todos, definir um rumo muito bem definido e mantê-lo independentemente pequenas incidências que vão surgindo pelo caminho.

José António Silva, conversa com a equipa nacional de andebol feminino. Foto: FPA

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