Evento organizado pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto (ESE-IPP) em articulação com o Desporto para Todos, o I Fórum de Futsal Feminino realizou-se este domingo, na sede da instituição, com a presença de figuras relevantes no desporto nacional e um profundo debate sobre a modalidade no cenário nacional. Entre os presentes estiveram Luís Conceição, selecionador nacional de futsal feminino, e Pedro Dias, vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) – instituição que gere o futsal.
Compuseram a mesa de abertura Alexandre Pinto, presidente da ESE; António Cardoso, pró-presidente PPorto; Fernando Santos, professor na ESE-IPP e moderador do evento, além de Pedro Dias, que trouxe um breve retrato da estrutura que a FPF tem implementado.
“Temos uma baixíssima participação desportiva das mulheres no desporto e vamos todos aqui encontrar soluções para melhorar isso. É algo transversal no nosso país e esses espaços são muito importantes para olharmos para trás e para frente o que podemos melhorar de forma significativa”, afirmou. “Espero que momentos como estes possam ajudar no nosso objetivo que é chegar a fazer com que 50 em cada 100 praticantes do futsal sejam mulheres”, acrescentou Pedro Dias.
“Ter uma instituição de ensino superior a organizar um evento como este é um sinal. A FPF tem feito um investimento muito forte no conhecimento, tem tentado nos últimos anos de uma forma muito assertiva encontrar ajuda nessas entidades que são fundamentais para ajudar a qualificar os elementos desportivos no nosso país. Esse processo está em marcha”, destacou Pedro Dias, otimista no desenvolvimento da modalidade.
Afinal, uma série de mudanças passou a ser implementada especificamente no futsal feminino desde 2012, com a gestão de Fernando Gomes, presidente da FPF. Passou-se a estimular a qualificação dos treinadores. Na última década, a federação promoveu mais de 140 cursos (graus I, II e III) com milhares de técnicos formados. “O futsal em Portugal é dividido entre o antes e o depois de 2011, com Fernando Gomes”, destacou Luís Conceição.
O treinador embasa a afirmação numa série de novidades implementados a partir do Plano Estratégico para o Futsal, apresentado em 2012, como a chave para o crescimento da modalidade em ambos os géneros, alicerçado na formação e aumento do número de praticantes.
Na temporada 2013/14 surgiu a primeira edição da Liga de Futsal para mulheres. No ano passado, criou-se a II Divisão Nacional. Na continuidade deste processo surgiram a Taça de Portugal, a Supertaça e a Taça da Liga. O ano passado, os sub-19 começaram a ter o campeonato nacional do escalão.
Na detalhada exposição sobre o retrato do futsal nacional Luís Conceição falou sobre o processo de integração à Seleção Nacional com as categorias de formação, das dificuldades para profissionalização e do estimulo à qualificação das jogadores. “Formar pessoas é também um dos nosso objetivos”, observou. “Buscamos melhorar a qualidade da intervenção dos diferentes agentes do futsal, era essa a nossa missão para colocar isto em funcionamento”, ressaltou o treinador.
Outra estratégia colocada em prática pelo Plano Estratégico para o Futsal foi fazer a Seleção Nacional A feminina ganhou a companhia de outras três seleções de formação: as sub-17, sub-19 e sub-21. Além disso, o número de praticantes mulheres no futsal teve um crescimento de 10,6% entre 2012/13 (4.073 jogadoras) e 2019/20 (4.508 atletas).
Luís Conceição ponderou sobre uma queda no número de praticantes em 2020 e 2021 em razão da pandemia provocada pela Covid-19. “Temos que fazer isso crescer”, alertou, sempre sem perder no horizonte o desenvolvimento implementado por uma cadeia sólida de agentes profissionais que tem como principal desafio profissionalizar o futsal feminino e fazê-lo crescer não apenas em quantidade, mas também em qualidade.
Abaixo, pode-se ver em direto o Fórum.