A felicidade é um momento. Campeã olímpica nos 10 mil metros nos Jogos Olímpicos de Atlanta 96, Fernanda Ribeiro demorou tempo até conseguir rever a extraordinária prova. “Apenas muitos anos depois consegui rever a corrida completa”, diz à SportMagazine a ex-atleta que pertence ao restrito grupo de portugueses que ganharam duas medalhas olímpicas.
SportMagazine (SM) – Há quem defenda que não devemos voltar onde já fomos felizes. Alguma vez voltou ao estádio de Atlanta onde foi campeã olímpica?
Fernanda Ribeiro (FR) – Nunca lá voltei. O estádio foi demolido posteriormente. Mas tenho em casa um pedaço da pista de tartan onde corri. Numa ocasião fiz um trabalho relacionado com o fabricante da pista e ofereceram-me esse pedaço. Aqueles jogos foram muito complicados, por razões externas, devido ao contexto do atentado.
SM – Revê as imagens muitas vezes?
FR – Eu demorei 20 anos a rever a corrida na íntegra. Durante anos só conseguia rever a parte final, quando ultrapassei a Wang Junxia. Isso era o importante. Quando completei 20 anos de ter sido campeã olímpica decidi ver a prova completa. E agora vejo com mais frequência. Por vezes fico nervosa, como se não soubesse o resultado, porque ainda vivo muito a competição.
SM – Da sua carreira ficou alguma mágoa, alguma coisa que não conseguiu fazer?
FR – Não tenho mágoas desportivas, fiz tudo, ganhei tudo o que havia para ganhar. Tenho muito orgulho na minha carreira.
Leia a entrevista completa na próxima edição da revista SportMagazine.
Fernanda Ribeiro em Atlanta 1996. Foto: Federação Portuguesa de Atletismo
