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Diana Gomes e a 1ª edição do Power Talks no COP: “Levantou-se o véu para a saúde mental dos treinadores e das famílias”Exclusivo 

Foto: COP

A primeira edição do evento Power Talks, organizado pela Comissão de Atletas Olímpicos (CAO), ocorreu esta quarta-feira no auditório do Comité Olímpico de Portugal (COP). O tema escolhido para ser abordado neste evento foi a saúde mental.

Esta primeira edição contou com uma apresentação de Paul Wylleman, psicólogo de desporto e especialista na área. “Saúde Mental no desporto de elite” foi o título do tema abordado. Paul, responsável pela gestão da vertente psicológica da equipa neerlandesa nos Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020 e que agora se encontra com a equipa belga, afirma que “o facto de estarem a olhar para a Saúde Mental, especialmente com os atletas e com a Comissão de Atletas Olímpicos é a melhor coisa que podem fazer para continuar o vosso processo”.

De seguida seguiu-se a mesa redonda, ocupada por Ana Ramires, psicóloga do COP, Virgílio Almeida, pai do atleta Simão Almeida, Pedro Roque, diretor desportivo do COP, Joana Marinho de Sousa, esposa do atleta Fernando Pimenta e ainda José Costa, atleta olímpico e treinador.

Foto: CAO

Diana Gomes, presidente do CAO, fez, naturalmente, parte da organização desta primeira edição das Power Talks e realça a importância e o impacto que a apresentação de Paul Wylleman teve perante toda a audiência, que contou com “dirigentes, federações, clubes, fisioterapeutas, terapeutas, chegámos a ter uma etnoterapeuta, médicos, foi um quadro muito completo, com treinadores e muitos atletas olímpicos acima de tudo”, enumerou a ex-atleta olímpica.

“Todos adoraram. O Paul Wylleman é um poço de informação soberbo. A forma como ele nos expôs numa hora e pouco o contexto dos estudos dele sobre a saúde mental no desporto, a forma como apresentou aqueles dados foi sublime. Todos nós ficámos muito mais elucidados sobre o tema, desconstruiu ali muitos estigmas e preconceitos que poderia haver à volta do assunto. Levantou-se o véu para a saúde mental dos treinadores e das famílias. Portanto, tudo o que está à volta do atleta, para além da equipa multidisciplinar, que são os amigos, família, namorados, mulheres, os filhos, portanto tudo isto faz parte da saúde mental e que também deve ter o acompanhamento da sua saúde mental. Foi maravilhoso, a apresentação foi brilhante”, disse em declarações à SportMagazine.

No que ao tema em si diz respeito, Diana Gomes afirma que a temática da saúde mental deve “ser mais abordada, mas numa versão holística sobre o atleta”. No entanto, afirma que os problemas de saúde mental dos atletas se equivalem a todos “os seres humanos na sua vida normal, dentro ou fora do desporto”. A presidente do CAO destaca, mais uma vez, o discurso de Paul Wylleman, afirmando que este “foi muito claro nesses estudos, portanto aqueles 20% do espectro avaliado por ele dentro do desporto que têm problemas efetivos de saúde mental, são exatamente os mesmos que existem no desporto”. Para além disto, os restantes 80% não podem ser esquecidos, segundo a entrevistada, pois “nesses 80% temos os 80% dos atletas e 80% das famílias, de todo o em torno dos atletas que devem ter e será expectável que tenham o acompanhamento correto, mas numa perspetiva de equilíbrio”.

Diana Gomes realçou ainda a importância da saúde mental no desporto e algumas “formas de sucesso dentro de desporto, dinâmicas entre equipas multidisciplinares”. Tudo isto, usando como exemplo Paul Wylleman, que se deparou com uma situação fora do comum quando começou a trabalhar no Comité Olímpico dos Países Baixos.

“Ao início, quando começou a trabalhar com o Comité Olímpico Holandês, teve alguma dificuldade em chegar aos Centros de Alto Rendimento e perceber se era um fisioterapeuta que estava a dar uma indicação, ou se era um médico, um nutricionista. Portanto, o atleta acabava por receber perspetivas diferentes de cada um e isso podia causar distúrbios no atleta sem que alguém tivesse intenção de o fazer. Portanto a comunicação entre a equipa multidisciplinar é a chave. E ele deu alguns modelos da sua perspetiva, daquilo que entendia que funcionava melhor”, afirmou.

Com isto, o feedback do evento foi bastante positivo e houve interesse por parte de diversos representantes, tanto de Centros de Alto Rendimento como de federações.

 

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