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Cátia Morgado, uma máquina de golos a serviço do Nun’Álvares e da Seleção: “Tem sido uma época fantástica, dos sonhos”Exclusivo 

Cátia Morgado, ala do Nun'Álvares. Foto: Nuno Vasconcelos/Cortesia

A acumular as conquistas da Taça da Liga e da Taça de Portugal desta época, e em vantagem na final four em busca do título do campeonato nacional de futsal feminino, o Nun’Álvares é, para muitos, a principal equipa nacional na atualidade. Melhor marcadora da formação com expressivos 44 golos esta época e uma das mais destacadas jogadoras da equipa, a ala Cátia Morgado conversou com a SportMagazine sobre o conjunto de Fafe, comandado por Pedro Nobre, e o seu momento pessoal.

Aos 32 anos, Cátia Morgado vive uma das melhores fases da carreira – fisicamente e tecnicamente. Observa-se que o período, em alto nível desde o arranque no Nun’Álvares na época passada, coincide com o momento em que passou a dedicar-se exclusivamente ao futsal, deixando de lado a jornada dupla com outro trabalho.

Com 86 internacionalizações e 27 golos marcados com a Equipa das Quinas, a atleta seguramente estará presente na final four do Europeu – tema este também abordado na entrevista. Confira a seguir.

Cátia: “Estamos a conseguir ganhar títulos, quebrar um pouco a hegemonia do Benfica”. Foto: Hernâni Pereira/FPF

SM – Gostaria que fizesse uma autoavaliação da tua época. Como é que avalia este momento com tantos golos e um futsal de alto nível. É a melhor fase da sua carreira?

Cátia Morgado (CM) – Individualmente, tem sido uma época excelente, mas já vem da época passada, na minha opinião. Claro que este ano, a equipa com mais qualidade tem-me ajudado imenso também. Eu neste momento acho que estou com 40 golos [já são 44!], penso eu, mas tem sido uma época fantástica, dos sonhos mesmo. Mas também tem que ver com a minha preparação física, mental, isso também conta muito, e aí a equipa ajuda imenso. A equipa tem muita qualidade e umas coisas levam às outras.

SM – Fisicamente, como se sente? Como tem sido a sua rotina de treinos? Tem conseguido dedicar-se assim ao futsal?

CM – Sim, atualmente, como não estou a trabalhar, tenho mais vantagens para me preparar tanto fisicamente como mentalmente. Tenho treinado todos os dias de manhã e depois tenho os treinos com a equipa ao final do dia. Dá perfeitamente para conciliar.

SM – É uma realidade muito dura no futsal feminino. É uma privilegiada por conseguir dedicar-se somente ao futsal. Como é que, como jogadora de referência, observa a evolução dessa modalidade em Portugal? Acha que tem evoluído o facto de muitas das suas colegas terem de partilhar a rotina com o trabalho, o que muitas vezes é pesado? Como observa o desenvolvimento da modalidade?

CM – De há uns bons anos para cá tem havido bastante [evolução]. Acho que não sou a única nesta situação. Acho que há muitas jogadoras que podem só jogar futsal, mas mesmo assim ainda não é o suficiente. Temos poucas jogadoras que fazem do futsal a vida. Temos pessoas, também jogadoras, que saíram de Portugal para fazer isso mesmo. Neste momento, em Portugal, tem havido mais evolução. Há mais aposta, mesmo as equipas estão a apostar bastante, mas pronto, ainda não dá para ser profissional. Eu por acaso tenho essa sorte atualmente.

SM – O que fazia antes?
CM – Era optometrista. Consultas a nível de visão, ou seja, para ver as dioptrias.

SM – E há quanto tempo está a conseguir estar apenas no futsal?

CM – Há duas épocas. Como tenho oportunidade de só pensar em mim e como tenho a Seleção e estou nos meus últimos anos de futsal, decidi apostar.

SM – O Nun’Álvares, já desde o ano passado, vem-se estruturando para ser uma equipa de referência no futsal feminino e assim tem sido. Como avalia a importância de surgirem novas equipas e como avalia o momento do Nun’Álvares?

CM – Neste momento, acho que é muito difícil porque há pouca aposta no futsal feminino, apesar de ter havido mais nos últimos dois, três anos. É o caso do Nun’Álvares, tenho conhecimento que o Santa Luzia também esta a apostar. Mas pronto, acho que depende das direções dos próprios clubes apostar, ir em busca de jogadoras mais competitivas, com mais qualidade. E foi o que o Nun’Álvares fez. Apostava mais na formação. Entretanto, perderam a base e começaram a pensar “então vamos apostar aqui, vamos começar já a ir buscar ‘tubarões’, jogadoras já feitas para ver se fazemos aqui uma coisa bonita”.

Fui convidada para iniciar um projeto o ano passado, já fizemos coisas muito boas, fomos vice-campeãs nacionais, finalistas vencidas da Taça da Liga. E este ano estamos a conseguir ganhar títulos, quebrar um pouco a hegemonia do Benfica e acho que muitas equipas podem começar também a apostar. Espero que muitas equipas metam os olhos no Nun’Álvares nesse sentido, para haver uma competitividade maior no futsal feminino.

SM – A partir desse momento, criam-se rivalidades, desejo por se estruturar mais…

CM – Exatamente, é como no masculino, antigamente era só Benfica e Sporting, agora se calhar já se mete o Braga, o Leões [de Porto Salvo], o ano passado metia-se, este ano nem tanto. É por aí.

SM – Virando a chave para a Seleção. A Seleção vai para a final four, mais uma tentativa de conquistar um título que o feminino ainda não tem. Mudou o adversário, devido à guerra. Já têm referência da Hungria, o que espera dessa mudança, desse jogo inicial?

CM – Acho que a Hungria ficou em segundo lugar do grupo da Rússia, não foi? Não temos grandes referência. Creio que o mister já tenha estudado um pouco essa seleção. Eu não, não faço a mínima do que é que vem daí. Acredito que seja uma seleção mais física, de jogadoras maiores, mais fortes, mas temos mais que qualidade para ultrapassar qualquer adversário. É mesmo para lutar pelo título, ainda por cima em nossa casa outra vez. Falhámos no Europeu, neste segundo não queremos falar.

Cátia Morgado, ala do Nun’Álvares e da Seleção Nacional. Foto: Hernâni Pereira/FPF

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