A sessão da tarde do Congresso YourFuture, organizado pela Sports Embassy, a decorrer esta terça-feira, no Museu Nacional do Desporto, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, teve inicio por volta das 15h00, com mais dois painéis.
O Congresso é apresentado por Susana Feitor, ex-atleta olímpica e vice-presidente da Comissão de Atletas Olímpicos. “O Atleta-marca e a marca dos Atletas”, moderada por Maria Magalhães, parte integrante do projeto SOMA Surf, já inserido no Programa de Aceleração de Ideias da Sports Embassy, e com participações de Filipa Mendonça, atleta profissional de padel, Paulo Rossas, ex-futebolista e formador da Lisbon Digital School, e Raquel Sampaio, agente e fundadora da Teammate Football Management, foi a primeira apresentação da tarde.
Nesta temática o atleta foi abordado enquanto marca, ou seja, a forma como se dá a conhecer, como se mostra nas redes sociais. Apesar de, tal como todo o painel , concordar com o facto de que o mundo digital abre muitas portas, Filipa Mendonça afirma que é importante não fugirmos do “nosso eu”, não nos apegando tanto às redes sociais.
Contudo, Paulo Rossas afirma que o atleta tem um grande poderio nas redes, precisamente por aquilo que representam.
“O primeiro ponto é a formação e ver o que as redes sociais nos podem trazer enquanto atletas. Quando dizemos que somos atletas o nosso conteúdo espalha-se. O Instagram sabe que é o atleta que traz pessoas para a comunidade, da distrital à liga dos campeões, porque o jogador é um embaixador”, afirmou.
No entanto, Paulo Rossas afirma que o pós-carreira deve ser pensado pelos atletas e essa passagem de atleta para qualquer outra profissão. O atleta deve jogar com isso para ganhar audiências. O ex-futebolista apresentou ainda algumas dicas para os jogadores se localizarem nas redes.
Raquel Sampaio, agente e fundadora da Teammate Football Management, dá o exemplo do futebol feminino, mundo onde está inserida, onde, por ser uma modalidade ainda em desenvolvimento tendo em conta o masculino, ainda há atletas que precisam de uma formação nas redes sociais, mesmo em idades mais avançadas, tendo em conta a carreira desportiva.
“No futebol feminino ainda estamos numa fase de reeducar as mais velhas e educar as mais novas acerca das redes sociais, para que as usem de forma correta”, disse.
De seguida, antes da sessão de encerramento, a última apresentação foi “O longo-prazo e os contextos”, moderada por Pedro Cary, jogador profissional de futsal do Leões de Porto Salvo e da Seleção Nacional, e com participações de Bebé, colega de equipa de Pedro Cary, Rui Fonte, jogador de futebol profissional, sem clube, de momento, e Diogo Luís, ex-futebolista e economista.
Neste último painel foram abordados vários tópicos. Entre os quais o papel social do atleta. Todos os oradores concordaram com o facto de que há, de facto, uma grande responsabilidade por parte dos atletas, na sociedade. Principalmente pela visibilidade que têm.
Diogo Luís assume que “hoje era um jogador muito mais forte” do que quando jogou, devido ao facto de ser introvertido e não falar aos jornalistas, conforme exemplificou.
Os jogadores acabam por se preocupar com aquilo que é o pós-carreira. Bebé, ainda jogador profissional de futsal, tirou um curso de hotelaria enquanto jogador do SL Benfica e, hoje em dia, enquanto jogador do Leões de Porto Salvo trabalha num restaurante da família. Afirma que é complicado, mas que teve que pensar mais à frente e acreditar “que iria dar frutos”, confessa. Afirma ainda a dificuldade da transição do SL Benfica para o Leões de Porto Salvo.
“Levei seis amarelos nos primeiros nove jogos, tal era o eu descontrolo emocional. Não aproveitava o privilegio de estar a jogar numa equipa. E as coisas viraram-se. Não tenho problemas em dizer que comecei a ter mesmo prazer em jogar futsal aos 35 anos. Pelos títulos pela seleção e pela capacidade de me ultrapassar e dar mais do que aquilo que eu dou. Isso contribuiu para que, apesar de estar num clube dito inferior, conseguisse títulos. Um atleta pode aprender em qualquer contexto, basta querer”, disse.
A sessão de encerramento ficou a cargo de Vítor Pataco, presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
O Congresso YourFuture 2022 terminou ao fim da tarde desta terça-feira
Inês Caetano, fundadora da Sports Embassy, organizadora do YourFuture, faz uma breve avaliação do evento, após os agradecimentos a todos os parceiros, inclusive à SportMagazine.
Inês Caetano destaca a diversidade e a qualidade de todos os oradores da palestra.
“Foi muito interessante em todos os painéis a intenção das pessoas de apresentar propostas e desafios. E o facto de todos eles estarem alinhados com coisas que já temos feito ou em projetos que estamos na iminência de concretizar. Estamos num bom caminho. Não temos criado nada que esteja completamente à margem do que são as necessidades dos atletas, e isso é extremamente importante e deixa-nos bastantes felizes nesse sentido”, destacou.
A criação do cartão de saúde para atletas e ex-atletas também mereceu destaque. Projeto este em parceria com a TrueClinic. Para mais informações clique aqui.
“Acho que foi muito boa esta troca de ideias e este dia para toda a gente. Portanto, estou muito satisfeita”, avaliou a fundadora da Sports Embassy.
Inês Caetano, fundadora da Sports Embassy. Foto: SM
