A Associação dos Atletas Olímpicos de Portugal, em parceria com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, organiza, esta quarta-feira (22 de maio), a partir das nove da manhã, na Academia de Artes do Estoril – antigo Edifício Cruzeiro, o II Seminário Nacional de Saúde Mental no Desporto de Alta Competição.
“Este seminário encontra-se certificado pelo IPDJ para formação contínua (treinadores), com 0,8 unidades de crédito atribuídas”, cestacam os organizadores do evento, revelando que, em Portugal, “mais de 40% dos 811 atletas olímpicos portugueses vivos, sofrem ou sofreram de problemas de saúde mental”.
O evento “pretende normalizar o tema da saúde mental e acabar com o estigma” e acolhe 400 inscritos, “entre as quais diversas personalidades e atletas olímpicos, como Maria de Belém, Francisco George ou Nélson Évora”, sendo que no certame serão apresentados “os resultados de um estudo científico, conduzido pelo observatório de saúde mental e com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) SPPSM, realizado com base num inquérito feito a mais de 200 atletas de alto rendimento”.
Um estudo de 2019, realizado pelo próprio Comité Olímpico Internacional e divulgado no British Journal of Sports Medicine, revelou que “cerca de 50% dos atletas olímpicos inquiridos assumiram que já se sentiram afetados por sintomas de depressão, ansiedade e ligados ao stress”, junta a nota, acrescentando que “também a Universidade de Amesterdão concluiu, num trabalho de 2018, a partir de uma revisão feita a 20 artigos científicos, que 34% dos atletas olímpicos podem apresentar sintomas de depressão ou ansiedade”.
Colocar tema sensível na agenda mediática
Com o “objetivo e compromisso de manter o tema na agenda e continuar a sensibilizar o público para a importância desta temática e de combater o estigma que está sempre associado à saúde mental”, a AAOP, em parceria com a SPPSM levam a cabo este seminário.
“Temos o compromisso de manter este tema vivo. Não basta falar da saúde mental apenas uma vez, é preciso abordar o tema de forma sustentada. A saúde mental tem de ser normalizada e é preciso afastar o estigma… assumir que se tem um problema é uma atitude de força, não é uma atitude de fraqueza. A percentagem de 40 a 50 por cento de atletas que têm problemas de saúde mental peca por escassa”, enfatizou Luís Alves Monteiro, presidente da AAOP, numa recente entrevista.
Por: Pedro Silva
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