As atletas da Seleção Nacional de andebol foram sujeitas a avaliações do domínio fisiológico, funcional e biomecânico para uma maior aproximação à elite internacional. As jogadoras lusas foram avaliadas no Laboratório de Biomecânica do Porto (LABIOMEP), sob a supervisão de João Paulo Vilas-Boas, professor catedrático de biomecânica na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e diretor do LABIOMEP.
Durante dois dias (21/02 e 28/02) ao longo do estágio de preparação para o duplo confronto com a Eslováquia, em jogos válidos para a Qualificação para o Campeonato da Europa 2022, a maioria das jogadoras convocadas pelo selecionador José António Silva foram avaliadas.
“O que nos foi proposto foi que tentássemos encontrar uma bateria de testes, que não é exaustiva, que nos ajudasse a avaliar o estado atual de desempenho das jogadoras e monitorizar ao longo do tempo a evolução desses variáveis. Isto permite-nos e é nosso objetivo, apesar da literatura internacional ser relativamente escassa, especificamente de atletas andebolistas internacionais, de elite, criar testes variados com aqueles que estão disponíveis na literatura e perceber, de entre aqueles que foram considerados relevantes pelo professor José António Silva, a que distância é que estamos, ou se já estamos à frente dos valores publicados de referência internacional”, explicou o professor João Paulo Vilas-Boas, em declarações à Federação Portuguesa de Andebol.
“Juntámos mais algumas variáveis que nos pareceram importantes, à Seleção Nacional e ao laboratório, e essa bateria de testes irá permitir, neste primeiro estágio, perceber o que é que podemos aconselhar que seja mais trabalhado e, num próximo estágio, procurar saber se aquelas variáveis evoluíram na medida do que pretendemos ou não e se outras – eventualmente – continuaram a evoluir, estabilizaram ou involuíram. A ideia é tentar ajudar o mais possível, de forma a objetiva, as nossas jogadoras a aproximarem-se da elite internacional e, se possível, ultrapassá-la” , acrescentou Vilas-Boas.
As avaliações realizadas incidiram no domínio fisiológico, funcional e biomecânico. Em termos de capacidades condicionais mais triviais, foi avaliada a potência aeróbia, em corrida em tapete rolante, com medição objetiva – respiração a respiração – do consumo máximo de oxigénio e, em simultâneo, medida a lactatomia máxima ao consumo máximo de oxigénio.
“Com estas avaliações conseguimos descortinar o perfil físico e fisiológico das atletas da Seleção Nacional A e o objetivo é perceber o estado em que cada uma se encontra para, posteriormente, podermos ajudar na prescrição de exercício direcionada para a nossa modalidade. Um dos pontos fulcrais deste tipo de acompanhamento, para além dos benefícios a curto prazo e aplicáveis ao momento atual, é a construção de uma base de dados que possa servir de referência às seleções jovens”, destacou Sofia Osório, fisiologista da Seleção Nacional.