Um dos maiores especialistas na formação de tenistas em Portugal, Pedro Felner tem um currículo respeitável. Além de títulos internacionais como treinador, lançou o tenista Fred Silva, atualmente o 240º no ranking da ATP. Fred, é, inclusivamente, um dos cinco representantes do país no primeiro Grand Slam da temporada 2022: o Austrália Open, que arranca a 17 de janeiro.
Antigo selecionador nacional dos escalões de formação e diretor geral da Felner Tennis Academy, Pedro Felner conversou com a SportMagazine sobre o que se pode esperar dos representantes portugueses no Melbourne Park, em Melbourne.
Além de Frederico Silva, Portugal terá como representantes João Sousa, melhor português no ranking mundial (140), Nuno Borges (194), Gastão Elias (217), que recentemente abandonou os oitavos de final no Tour de Bendigo por problemas no ombro, e João Domingues (248).
SportMagazine (SM) – Este ano, cinco dos nossos tenistas vão fazer parte do Australian Open: o que seria considerado um bom resultado para Portugal neste torneio?
Pedro Felner (PF) – Eu diria que ter 5 jogadores neste Australian Open é já um grande feito. Ter 5 atletas numa elite onde estão os 250 melhores tenistas do Mundo é um feito importante. Aceder ao quadro principal e passar alguma ronda será sempre um resultado de destaque.
SM – Qual dos cinco terá mais hipóteses de ir mais longe?
PF – Atualmente, o nível destes cinco jogadores é muito semelhante. Depende muito do momento atual de forma de cada um e da sorte no sorteio.
SM – Fora do quadro português, quem apontaria como favorito para a conquista?
PF – Dos que estão inscritos, penso que um jogador dentro deste grupo: Rafael Nadal (Espanha), Daniil Medvedev (Rússia), Alexander Zverev (Alemanha). Alguém de fora deste grupo seria sempre uma surpresa.
SM – É possível esperar alguma surpresa no ténis português para 2022?
PF – Qualquer um dos melhores tenistas portugueses está muito perto do nível dos jogadores top-100 ou mesmo top-50, sendo que o João Sousa já esteve nesta elite durante muitos anos e o Gastão Elias também por lá passou. Muitas vezes é apenas uma questão de confiança, de sorte ou de oportunidade. Diria que pela idade, neste grupo podem vir a destacar-se nos próximos anos os dois mais novos: Frederico Silva e Nuno Borges.