Campeão do Mundo e da Europa de futsal em título, o selecionador nacional masculino Jorge Braz participou esta quarta-feira do Congresso Mundial de Futebol e Ciências – World Conference on Science and Soccer (WCSS), no original –, que decorre no Convento São Francisco, em Coimbra. O treinador da atualmente melhor equipa do mundo na modalidade esteve presente no painel “Novas tendências para continuar a mesclar a ciência e a prática”.
“Quanto mais complexos são os trabalhos, mais é necessário buscar o conhecimento, buscar a nossa experiência e implementá-los nos treinos. Como relacionamos diferentes indivíduos, diferentes visões, experiências, numa mesma equipa e com a mesma finalidade? O processo dos treinos, no dia a dia a colocar em prática o que temos no nosso conhecimento, a nossa teoria, é fundamental”, afirmou Jorge Braz, quatro vezes eleito o melhor treinador de futsal do mundo.
Também participaram do mesmo painel de discussão Pedro Dias, diretor executivo da FPF, Hans Leltert, observador técnico da UEFA e Germano Almeida, analista de dados da FPF e moderador da mesa.
Entre razão e emoção, “que não são contrários, se complementam”, ressaltou Germano Almeida, Jorge Braz destacou o melhor caminho para gerir essa dualidade é o treino e a busca por conhecimento para tomar as decisões.
“As emoções são importantes, mas é preciso aprender a controlar o nosso comportamento. Temos que ser racionais nas nossas decisões e isso requer treino”, começou por dizer o selecionador nacional. “É como eu sempre digo: os nossos comportamentos conduzem as nossas atitudes. Em cada treino trabalhamos para construir um comportamento melhor e assim poder tomar as melhores decisões em prol da equipa. Isso tem um impacto no conjunto do trabalho”, acrescentou Jorge Braz.
“A prática e a teoria nunca podem estar separadas. A prática beneficia a teoria, mas do ponto de vista do treinador, os treinos e o dia a dia de trabalho têm um impacto fundamental na aplicação dos fundamentos”, destacou Hans Leltert na sua intervenção.
Pedro Dias, por sua vez, sobre o trabalho desenvolvido na FPF, pontuou que os métodos escolhidos para o trabalho influenciam diretamente as decisões na organização das nossas equipas nacionais e na estrutura. Um exemplo foi o Plano de Desenvolvimento do Futsal e do Beach Soccer criado em 2012.
“Criámos uma estratégia para desenvolver ambas as modalidades com uma estrutura de organização, qualificação de treinadores, de gestores e esse plano foi construído envolvendo equipas multidisciplinares. Em oito, dez anos foi possível evoluir bastante, com muito trabalho e investimento. O mais importante foi qualificar os nossos profissionais para que Portugal pudesse se desenvolver”, afirmou.