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Ética Summit 2022: último dia abre com apresentação e debate sobre antidopagem

Ética Summit. Foto: SM

A Ética Summit 2022 iniciou o seu terceiro e último dia com uma conferência acerca de antidopagem, tendo o nome de ‘Programa Mundial Antidopagem’. Sendo este um evento que promove a discussão e a reflexão sobre temas ligados à ética desportiva, o doping não podia escapar. Nesta conferência, Marco Aurélio Klein, conselheiro de ética do futebol brasileiro, e Pedro Gonçalves, diretor cientifico e de medicina da International Testing Agency com 12 anos de experiência da antidopagem.

Marco Aurélio Klein iniciou o seu discurso com um paralelismo entre as ideias kantianas e a ética. De seguida, seguiu para as condutas éticas do futebol brasileiro. Alerta para a existência do Canal de Ética do Futebol Brasileiro, onde se resolvem processos de denúncias que vão contra a ética do desporto para que a falta da mesma seja cada vez menor.

No que à dopagem diz respeito, Marco Klein apresentou diversos exemplos, nomeadamente o caso da Rússia, cujos atletas foram impedidos de representar o seu país nos Jogos Olímpicos, devido a doping. Entre estes, muitos mais exemplos foram utilizados, isto para concluir que é importante cumprir as regras antidopagem. Realça ainda a importância de uma orientação antidopagem para os atletas para que estes cumpram o que deve ser cumprido sem abalar a ética nem a verdade desportiva.

Foto: SM

Pedro Gonçalves foi o segundo especialista a discursar acerca do tema apresentado nesta primeira conferência. Começou por apresentar de forma breve a empresa na qual é diretor cientifico e de medicina, a International Testing Agency (ITA). Destacou a Lista de Substâncias e Métodos Proibidos, alertando para o conhecimento da mesma por parte de treinadores e atletas para que não haja quaisquer infrações à ética desportiva. Lista esta que é atualizada todos os anos.

Pedro Gonçalves fala dos riscos do doping, mas também o que este acaba por oferecer. Ou seja, sim, melhora a performance do atleta. No entanto, é um grande risco para a saúde de quem pratica a dopagem, para além de que é um comportamento antidesportivo. O diretor da ITA destaca a testosterona, medicamentos para a asma, tudo o que é hormonas, a manipulação de sangue, como algo proibido o ano todo. No entanto, há meios de doping apenas proibidos durante a fase de competição, tais como estimulantes, narcóticos, entre outros. Pedro Gonçalves destaca ainda os suplementos que se tornam cada vez mais banais no dia a dia de qualquer atleta.

“Suplementos estão em grande moda e as companhias de suplementos estão a contactar os atletas como forma de patrocino. E isso é muito perigoso (…) há muitos atletas que dão testes positivos por suplementos, sendo preciso ter muito cuidado”, disse.

“Dopagem e antidopagem – situação nos países lusófonos”

Mesa Redonda. Foto: SM

Na primeira mesa redonda da Ética Summit entrou em debate a ‘dopagem e antidopagem – situação nos países lusófonos’. Esta discussão, moderada por Marco Aurelio Klein – Empresário na BONA FIDE Initiative (Brasil), contou com a participação de Cipriano Có – dirigente desportivo, professor e treinador de andebol (Guiné-Bissau), de Luís Horta – Médico em Medicina Física e Reabilitação, Professor e Membro Comissão Disciplinar Anti-Dopagem (Portugal) – e de Pedro Gonçalves –  Science and Medical Project Manager na International Testing Agency (ITA).

Após o mote inicial de Marco Aurélio Klein, Luís Horta começa por destacar a importância de estratégias antidopagem para todos os países lusófonos. Isto para se educar atletas que nunca tiveram acesso a um apoio antidopagem.  “Devemos começar pela educação. Hoje não podemos dizer que faltam recursos”, defendeu. Pedro Gonçalves, tal como Luís Horta, destacam organizações/websites como o WADA ADeL (Anti-Doping Education and Learning), para que os atletas e todos os envolvidos no desporto consigam tirar as conclusões acerca daquilo que é correto ou não é correto fazer, de forma gratuita.

“O processo de educação pode ser mais amplo, ir para as universidades para lutar contra a antidopagem. Também um olhar médico, olhar pelo corpo e pela saúde (…) cada vez mais os atletas, as suas condições técnicas e as suas famílias têm mais capacidade de ter informação”, disse Marco Aurélio Klein.

Luís Horta apela a uma união da rede lusófona antidopagem, para que os problemas hoje existentes sejam resolvidos. Pedro Gonçalves reforça a ideia da educação, realçando a máxima importância da mesma, seja para atletas, seja para treinadores, a nível da antidopagem.

Para além do fator ‘educação’, Pedro Gonçalves foca a necessidade de mais laboratórios antidoping na América do Sul, pois tornará mais fácil a partilha dos exames antidoping.

Cipriano Có, da Guiné Bissau, explica a forma como os atletas guineenses conseguem realizar os seus exames antidopagem. Estes procuram a ajuda do país vizinho, o Senegal, mas caso não seja possível têm de procurar outros apoios, entre os quais acaba por aparecer Portugal. “Às vezes não temos especialistas, os que temos não estão cá a exercer, e precisamos de ajuda”, afirmou Cipriano.

O painel apresentou ainda diversos exemplos e experiências próprias que retratam imensas dificuldades de transporte de testes antidoping e até da própria realização dos mesmos por parte dos atletas, em que alguns deles, segundo o exemplo dos atletas nigerianos em Tóqui0 2020 dado por Pedro Gonçalves, não conseguiram competir por falta de testes.

Tendo tudo isto em conta, é defendido pelo painel a urgência de cumprir as políticas, resolver os problemas e estabelecer condições para um controlo antidopagem fiável nos países lusófonos.

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