A 12ª edição do Congresso Nacional de Educação Física começou este sábado, pelas 10h00, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria, tendo o Conselho Nacional de Associações de Profissionais de Educação Física (CNAPEF) como organizador. O evento decorreu sob o tema “Educação Física, Treino e Atividade Física em Crianças e Jovens – Tempo de Qualidade”.
A sessão de abertura contou com as palavras de Gonçalo Nunes Lopes, presidente da Câmara Municipal de Leiria, Avelino Azevedo, presidente do CNAPEF, e José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP). Gonçalo Nunes Lopes dá as boas-vindas a todos os presentes à cidade de Leiria, seguida de uma breve introdução sobre o tema do congresso.
Já o presidente do CNAPEF realça alguns pontos negativos daquilo que é o desenvolvimento da educação física em Portugal, chamando à atenção para a recuperação da mesma, o que dificultou a preparação do próprio evento. José Manuel Constantino, presidente do COP, enviou uma mensagem de positividade aos sujeitos da educação física em Portugal, dizendo para que “não pensem que nos outros países europeus é melhor”.
De seguida, decorreu o primeiro painel de discussão sob o tema “Educação Física no 1º Ciclo do Ensino Básico: A importância do tempo de qualidade na educação das crianças portuguesas em meio escolar”. O painel contou com a presença de três oradores, sendo eles: Claude Scheuer, presidente da European Physical Education Association (EUPEA), Rui Neves, professor auxiliar da Universidade de Aveiro, e Mariana Alves, diretora do Agrupamento de Escolas Augusto Cabrita.
Claude Scheuer iniciou o painel de discussão, afirmando que “não há educação sem educação física”. O presidente da EUPEA apresentou ainda algumas recomendações para encorajar os mais jovens, desde muito cedo, à prática de educação física. Foram ainda apresentadas estatísticas que demonstraram, em diversos países da Europa, quantos professores ensinam educação física, a média de idades na Europa e a comparação entre o número de aulas de diversas disciplinas e o número de aulas de educação física. Podemos dizer que, em Portugal, existe um certo equilíbrio entre estas.
O professor auxiliar na Universidade de Aveiro, Rui Neves, aborda algumas condicionantes dentro daquilo que é a educação física portuguesa, entre as quais as atitudes e perceções dos professores, a inconsistência da prática regular do currículo, a perceção de competência dos professores, entre outras.
“A educação física no primeiro ciclo não existe para fazer detenção de talentos, não existe para saber quem ganha ou quem perde, existe para uma socialização motora, com experiencias positivas que promovam a sua relação [dos alunos] com a comunidade física portuguesa”, afirmou Rui Neves.
Já a diretora do Agrupamento de Escolas Augusto Cabrita, Mariana Alves, apesar de não ser professora de educação física, reconhece a educação física, no seu agrupamento, como um meio bastante positivo até para diminuir comportamentos menos bons por parte dos alunos. Para além disso, o desenvolvimento integral do aluno e o estilo de vida saudável são também razões pelas quais o Agrupamento de Escolas Augusto Cabrita dá uma enorme importância à educação física.
Mariana Alves apresenta ainda os resultados de uma melhor prática da educação física, entre elas a melhoria do desempenho, por parte dos alunos, no domínio motor, nas provas de aferição e nas atitudes sociais. Para além disso, surgiu uma articulação dos cursos profissionais, havendo o Curso Profissional Técnico de Desporto.
Esta mesa redonda terminou com algumas questões do público aos elementos do painel, gerando um momento de debate. Da parte da tarde, o evento contará com “Comunicações Livres I”, na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais – Politécnico de Leiria, e, de seguida, o último debate, de volta ao Teatro José Lúcio da Silva.