O Campeonato Nacional de Xadrez foi discutido em Leiria, na passada segunda-feira. André Sousa, 22 anos, já conhecido por quem gosta da modalidade de xadrez, sagrou-se tetracampeão nacional ao serviço do EP Gaia/Clube de Xadrez. O atleta teve todo um percurso sem derrotas, deixando José Francisco Veiga, do A.XAT Montemor-o-Novo, como vice-campeão.
André Sousa falou com a SportMagazine sobre toda a sua prestação, carreira e acerca de uma perspetiva mais alargada da modalidade de xadrez. Antes de mais, o tetracampeão afirma que vencer este título pela quarta vez consecutiva “é uma boa sensação claro, principalmente de dever cumprido e objetivo conquistado”.
No que à preparação da prova que acabaria por consagrar André quatro vezes campeão nacional, o atleta 1205 do mundo, afirma ter-se preparado de igual forma a que estuda xadrez, apenas com uma ligeira diferença.
“Preparei-me para este evento de forma semelhante a que estudo xadrez no geral, com a diferença que analisei um pouco os adversários que já sabia quem eram antes do torneio. No geral, passo os meus dias de xadrez a resolver exercícios (posições de xadrez) de variados teores (táticos, cálculo, estratégia), a analisar aberturas (ver o que é jogado na elite ou tentar encontrar novas ideias minhas) e a ler livros de variados temas como por exemplo ataque ou diferentes ideias em diferentes estruturas de peões”, afirmou.
No que à modalidade em si diz respeito, André Sousa diz que “formalmente o xadrez é um desporto, já que é reconhecido pelo Comité Internacional Olímpico como sendo um desporto”. Realça ainda que “é uma atividade de complexidade profunda que é quase impossível de aperfeiçoar, que exige extrema concentração e boa preparação física (a alto nível) e na qual os participantes sentem uma enorme vontade de ganhar. Olhando para o xadrez nesta perspetiva, é semelhante a qualquer outro desporto”.
No entanto, apesar de ser considerado um desporto, o xadrez, tal como outras modalidades, tem pouco espaço na sociedade, ou seja, tem muito pouca visibilidade. A nível mundial, André acredita que o xadrez cresceu. No entanto, não sente que em Portugal haja uma grande visibilidade, mesmo com as conquistas que tem adquirido.
“Penso que não, já que não é a primeira vez que alguém ganha quatro campeonatos seguidos e isso na altura não fez com que a modalidade tivesse mais visibilidade. Apesar de tudo, a nível mundial, o xadrez cresceu bastante na pandemia devido em grande parte à serie da Netflix “Gambito de dama” e à facilidade de jogar na internet, que não é possível com muitos outros desportos”, disse.
As perspetivas futuras do atleta tetracampeão nacional de xadrez “são chegar aos 2500 de rating”, cujo objetivo já está quase a alcançar. Outra conquista que André pretende vencer é o título de Grande Mestre. A longo prazo, pretende aumentar o seu rating para 2600.
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