O SL Benfica é, juntamente com a Madeira SAD, um dos clubes portugueses que participa na EHF European Cup. O clube lisboeta marca a história do andebol feminino do clube, sendo esta a primeira participação do mesmo nesta competição.
O clube da Luz encontra-se nos oitavos de final da competição, que se irão disputar nos dias 7 ou 8 de janeiro – a primeira mão – e 14 ou 15 – a segunda mão. As turcas do Antalya Konyaalti BSK vão ser as adversárias da equipa portuguesa. Adriana Lage, atleta do SL Benfica e da Seleção Nacional, conversou com a SportMagazine sobre esta participação histórica na EHF European Cup, o andebol feminino, e muito mais.
A atleta portuguesa afirma que esta participação nas competições europeias “demonstra, uma vez mais, a grande aposta que o SL Benfica tem feito nos últimos anos, no desporto feminino”. Com ambição de levar o clube vermelho e branco a grandes palcos europeus, Adriana encontra-se orgulhosa de toda a equipa por já fazerem parte da história do clube. “Para além disso, sentimos que esta é uma competição que nos vai ajudar a evoluir como atletas, a nível individual e coletivo”, acrescentou.
Numa perspetiva futura da competição, Adriana confirma que o pensamento da formação portuguesa já se encontra na eliminatória, principalmente após a vitória sobre o SIR 1º Maio, por 26-36, no último encontro de 2022.
“Sim, já começamos a pensar nessa eliminatória visto que temos poucas semanas para preparar esses jogos. No entanto, durante esta semana, o nosso foco foi o SIR 1º Maio, uma equipa que respeitamos muito com jogadoras experientes e que conta sempre com muito apoio do público. Sabemos que temos que estar na máxima força para conseguir somar mais três pontos no campeonato”, disse.
A atleta do SL Benfica afirma ainda que a equipa tem “conseguido cumprir”, contando com quatro vitórias na competição, ou seja, em todos os jogos. Para além de uma grande competitividade, realça ser ” uma oportunidade fantástica para as nossas atletas mais novas ganharem mais experiência competitiva”.
Para o ano de 2023, Adriana Lage impõe como objetivo pessoal “aproveitar todos os momentos em equipa dentro e fora de campo”. A atleta procura melhorar a nível individual para “ser a melhor jogadora de andebol que conseguir” e, ao mesmo tempo, “ajudar na coesão e evolução do grupo”. De uma ótica mais virada para a equipa, Adriana destaca pontos a melhorar.
“No nosso caso os objetivos a curto prazo passam por saltar um pouquinho mais ser um bocadinho mais rápidos, aprimorar ainda mais o gesto de remate etc. esses objetivos depois vão resultar em objetivos mais gerais como aumentar a eficiência ofensiva e diminuir os erros defensivos por exemplo. Dificilmente um atleta consegue ficar inteiramente satisfeito, achamos sempre que ainda existe algo a melhorar, e é com essa motivação que nos levantamos todos os dias para treinar”, disse.
O SL Benfica encontra-se então com as turcas do Antalya Konyaalti BSK no início de 2023, após um fim de ano vitorioso no campeonato.
O andebol feminino em Portugal
Para além da situação atual do clube onde se encontra, Adriana Lage faz ainda uma análise daquela que é a situação do andebol e do desporto feminino em Portugal. A atleta da Seleção Nacional feminina de andebol realça que os bons resultados das equipas portuguesas nas competições europeias “demonstra o bom trabalho que estamos a fazer no andebol feminino em Portugal e que o esforço de todos está a começar a dar frutos”.
“Acredito que estes resultados sejam só o início da emancipação do andebol feminino na Europa que com certeza terá ainda melhores prestações no futuro. Logicamente que esta montra europeia trará mais visibilidade para o desporto feminino mas sobretudo eu espero que traga mais valorização das nossas atletas para que consigam alcançar o profissionalismo na modalidade o mais cedo possível, seja em Portugal ou no estrangeiro”, destacou.
A pivô portuguesa acredita que se está a “evoluir no bom sentido para a diminuição dessa diferença de visibilidade entre desporto feminino e masculino”. Adriana realçou que há uma grande ajuda do clube na tentativa dessa igualdade. “É verdade que o caminho ainda é longo mas acredito que seja uma questão de tempo e continuar a ter bons resultados, até conseguirmos a tal profissionalização que acontece no masculino”, afirmou.