O último dia do Congresso Nacional do Desporto, promovido pela Confederação de Desporto de Portugal, contou com o debate acerca do “desporto e o seu dinheiro”. Foi o segundo debate deste sábado. O painel encontra-se constituído pelo moderador Pedro Silva, dirigente da Confederação de Desporto de Portugal, por Frederico Valarinho, vice-presidente da Federação Portuguesa de Esgrima (FPE), Paulo Lourenço, secretário-geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Manuel Pavese Araújo, membro da direção da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS).
O vice-presidente da FPE, Frederico Valarinho, começou o debate por demonstrar algumas críticas ao Estado português.
“Há décadas que o Estado está convencido, tenta convencer os portugueses, que basta dar dinheiro para estar a apoiar e a promover o desporto. O Estado diz que cumpre a sua obrigação, quando o faz com verbas que não são de erário público”, criticou.
Frederico Valarinho afirma ainda que quando há quebras nas receitas dos Jogos Santa Casa, o Estado diz que vai desinvestir ou “fazer um investimento negativo” no desporto. Aplicações e plataformas online, como o Placard, por exemplo, foram também tema de conversa no discurso do vice-presidente da FPE, afirmando que as verbas dessas plataformas não vão para o desporto na sua generalidade. Vão sim para as modalidades participantes nelas.
“É necessária uma nova estratégia de financiamento para viabilizar uma nova estratégia de desenvolvimento do desporto, de que não se fala. Esta é a grande carência do desporto português. Só com mais clubes, mais treinadores, mais quadro de competitividade é que se pode ser mais. É no mais que está a excelência”- destacou ainda no seu discurso.
Paulo Lourenço, secretário-geral da FPF e professor universitário, afirma que desde 1986 que o movimento associativo desportivo português não deduz nada de um imposto ao qual, segundo o próprio, tem direito. “Não só através das seleções e federações, como dos clubes desportivos que têm dificuldades financeiras”, afirma.
“Se a Autoridade Tributária não aceita uma alteração da lei, pelo menos que se crie um movimento associativo único para fazer frente e mostrar que as despesas não podem ter outra vertente que não desportiva. Estamos a pedir que aquilo que é suportado da atividade desportiva tenha o apoio que deve”, reforça Paulo Lourenço.
Por fim, Manuel Pavese Araújo, membro da direção da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas, destacou as fontes de financiamento no desporto e abordou a metodologia dos apoios financeiros para o desporto.