Um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicado esta semana confirmou uma queda nos investimentos ao desporto, no número de clubes e também no quantitativo de atletas federados em 2020 quando comparado ao ano anterior. Recorde-se que foi neste período que o mundo foi mais impactado pela pandemia provocada pela Covid-19. A Confederação do Desporto de Portugal emitiu uma nota esta quinta-feira a ressaltar preocupação com o cenário.
De acordo com o INE, em 2020 o financiamento do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) às Federações desportivas atingiu 40,8 milhões de euros, o que representa uma quebra de 11,1% face aos 45,9 milhões de euros de 2019. No mesmo período, também o apoio das autarquias foi reduzido, de 320 milhões de euros para 301 milhões de euros. O estudo destaca que o apoio às atividades desportivas destacou-se com 53,5% do total do financiamento, superando a alta competição (38,3%).
Outra estatística foi relativa ao número de clubes desportivos: em 2020 existiam 11.066 clubes contra 11.429 em 2019 (menos 3,2% do que no ano anterior) e 587.812 praticantes (-14,7% em relação a 2017) inscritos nas Federações desportivas, enquanto em 2019 foram contabilizados 688 894 praticantes federados.
O futebol foi a modalidade com maior número de praticantes (32,5% do total), seguida do voleibol (9,1%), andebol (7,7%) e basquetebol (4,7%). Nas modalidades com maior número de inscritos, os homens predominavam no futebol (94,1%), basquetebol (64,2%) e andebol (58,4%), enquanto as mulheres eram maioritárias na prática de voleibol (54,9%). As praticantes femininas destacaram-se ainda na ginástica (87,4%) e na patinagem (54,4%).
Os números que constam neste relatório do INE levaram o presidente da CDP, Carlos Paula Cardoso, a explicitar preocupações com o movimento associativo relativamente ao impacto que a pandemia teve para a área do Desporto, nomeadamente o federado.
“A Confederação do Desporto de Portugal espera que a nova equipa governativa olhe para o setor do desporto como um aliado e reconheça neste a relevância que o mesmo merece, enquanto parceiro, para uma rápida recuperação social e económica do país”, observou a nota da entidade.
O estudo completo do INE pode aqui ser conferido.