Um dos temas em debate no Ética Summit 2024 foi o papel da Inteligência Artificial (IA) no Desporto, numa conferência que juntou Fábio Figueiras (presidente da Comissão Executiva do Ética Summit), Patrícia Sousa Borges (professora e advogada) e Willian Pimentel (especialista em Direito e diretor da CONFEF).
A primeira a usar da palavra foi Patrícia Borges, tendo esta salientado a presença on-line de “mais de 700 pessoas”, facto que comprova a “excelência da organização” do Ética Summit.
“Poderia, efetivamente, ter uma área temática, ou duas áreas temáticas, que se interligariam: o desporto e a inteligência artificial. Mas bem. Mas isso já não se processa assim e, hoje em dia, a inteligência artificial já é uma realidade no seio do desporto. Já não é ficção científica”, destacou a Licenciada e Mestre em Direito pela Escola de Direito da Universidade do Minho, revelando que Willian Pimentel iria centrar a sua intervenção sobre a IA aplicada ao treino desportivo, enquanto a sua apresentação, fruto de um trabalho conjunto, com o professor Rui Coelho, iria debruçar-se sobre a IA aplicada maioritariamente à arbitragem.
“Hoje, a inteligência artificial já é uma realidade que invadiu não só a sociedade por completo, como também o desporto. A prática desportiva, como eu disse, não foge a esta realidade. A inteligência artificial é hoje uma realidade inevitável, iminente e invisível. Ela instalou-se nas nossas vidas, desde as tarefas mais simples às tarefas mais complexas, sem efetivamente nós darmos conta desta realidade. E, portanto, hoje a introdução da inteligência artificial em todas as atividades é mais um caminho sem retorno. Ou seja, já não podemos pensar no nosso futuro sem pensarmos que vamos viver amparados destes sistemas de inteligência artificial”, destacou, salientando a necessidade de analisar e avaliar “os prós e os contras” do uso da IA.
“A humanização do discurso passa por aceitar o erro do árbitro. Porquê? Porque ele participa no jogo. E também é humano. Demasiado humano. Este parece-nos ser o melhor caminho, tendo em conta os dados atuais e aqueles que devemos treinar”, finalizou Patrícia Sousa Borges.
Willian Pimentel, especialista em Direito e diretor da CONFEF, abordou, de um modo aprofundado e com a presença de vários diapositivos, a influência que a IA pode ter no treino, sublinhando que pode “otimizar” quase tudo.
A IA pode, através de câmaras, monitorizar e analisar movimentos, em vários desportos, e ser utilizado, por exemplo, para melhorar “a precisão técnica e prevenir lesões”. E, claro, melhorar a “permormance” de um atleta e, também, de uma equipa. “Para isso são utilizados, também, robôs que simulam a forma como os oponentes jogam e se movimentam”, destacou Willian Pimentel.
Por: Pedro Silva