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Segunda edição do ‘Novas Lideranças – Para um Desporto +Igual’ terminou com conferência final no Comité Olímpico de Portugal

Foto: COP

A segunda edição do programa Novas Lideranças – Para um Desporto +Igual chegou esta quinta-feira ao seu termo, com a realização da conferência final no Comité Olímpico de Portugal (COP), onde marcaram presença, no painel de abertura, Marisol Casado, presidente da World Triathlon (WT) e membro da comissão Gender Equality, Diversity and Inclusion (GEDI), do Comité Olímpico Internacional (COI), e Pedro Dias, gestor na Unidade de Igualdade de Género e Inclusão do COI.

Marisol Casado tem desenvolvido na sua atividade de dirigente desportiva estratégias para tornar o trabalho mais inclusivo e equitativo e deu testemunho disso no COP. “Há mais de 30 anos que estou dedicada à gestão do desporto e à igualdade de género. Infelizmente, somos muito poucas na liderança de federações internacionais”, constatou, explicando também como foi difícil o seu trajeto em Espanha, no tempo da ditadura franquista: “Fui das primeiras a correr de calções curtos, na rua, o que na altura era um pecado mortal.”

Chegada à presidência da WT, Marisol Casado empreendeu um estilo de liderança baseado na “calma”, que implica “falar e enfrentar os problemas juntamente com os atletas. Em 16 anos não tive um conflito.” A dirigente espanhola tem uma ideia firme quando compara mulheres e homens: “A gestão das mulheres é muito mais tranquila, muito mais eficiente do que a dos homens.”

Para mudar a face do Triatlo, a WT de Marisol Casado criou a prova de estafetas mistas, privilegiando a igualdade de género e a partilha de responsabilidade. “Funciona de maneira fenomenal, e assim temos mais uma medalha para disputar.” A presidente da WT regozija-se com o facto de os prémios atribuídos nas provas de Triatlo serem iguais para mulheres e homens.

O presidente do COP, José Manuel Constantino, agradeceu a presença e a disponibilidade de Marisol Casado – que assinou o Livro de Honra do COP – para participar no encerramento do programa Novas Lideranças, num momento em que estiveram presentes o secretário-geral do COP, José Manuel Araújo, e Cristina Almeida, diretora do Departamento de Estudos e Projetos do COP e coordenadora do programa.
Pedro Dias deu os parabéns ao COP, que “tem feito um trabalho incrível nos últimos anos”, considerou. “A mudança vai acontecer”, no que toca à liderança do desporto no feminino, defendeu, e explicou que uma das metas atuais é “acelerar a presença de mulheres na liderança das organizações desportivas”, de modo a serem atingidos pelo menos 30%.

O gestor da Unidade de Igualdade de Género e Inclusão do COI referiu-se a Paris 2024 como um tempo de mudança. “Vamos atingir um marco muito importante, pois pela primeira vez vamos ter o mesmo número de mulheres e de homens, nos Jogos Olímpicos.” Pedro Dias apontou ainda o pormenor da calendarização passar também a privilegiar as competições das mulheres, que deixam de estar em horários marginais.

Os formandos do programa, Sílvia Pinto, Maria Francisca Dias, João Gregório, Ana Guimarães, Mariana Lemos, Daniel Moura, Rita Fernandes, Filipe Nunes, Carolina Sacavém, Ana Rita Santos, Margarida Carvalho, João Diogo Carlos, Madalena Gomes, Francielly Prado, David Ruah, Patrícia Ângelo, Ana Formiga, Madalena Ferreira apresentaram os trabalhos desenvolvidos com os seus mentores, João Paulo Almeida, Pedro Dias, Sílvia Vermelho, Fernando Parente, Elisabete Jacinto, Flávio Martins, Renata Baptista e André Queirós, Ana Vital de Melo e Cecília Carmo, em painéis moderados por Carla Rocha. Mónica Jorge, presidente da Comissão Mulheres e Desporto, do COP, fez a entrega dos diplomas. “Estou muito inspirada com o que levo das vossas apresentações, vocês são o futuro”, disse Mónica Jorge, dirigindo-se aos formandos diplomados.

A abrir a sessão estiveram o secretário-geral do COP, José Manuel Araújo, que sublinhou ser “muito importante estarmos todos envolvidos neste projeto para um desporto de futuro”. A vogal do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), Sílvia Vermelho, caraterizou o programa Novas Lideranças como “uma parceria muito valiosa para o IPDJ.” E Sandra Ribeiro, presidente da Comissão de Cidadania e Igualdade de Género, considerou que o combate contra “a discriminação e a desigualdade é uma enorme prioridade. Estou certa que haverá mais edições deste curso.”
A encerrar a sessão, José Manuel Araújo, secretário-geral do COP, anunciou a 3.ª edição do programa Novas Lideranças para 2025, e o secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, que foi um dos mentores do programa no seu início, antes de tomar posse no atual Governo, traçou objetivos de futuro: “Este programa visa coisas muito objetivas, que é ajudar a qualificar o nosso desporto, acrescentar competências, trazer mais mulheres. Nós precisamos de melhorar, ter mais gente a praticar desporto, nomeadamente as mulheres e também os deficientes. Precisamos muito aumentar a oferta se queremos ter mais gente a praticar desporto e também de ter mais oportunidades para que se pratique desporto”

Com apoio da Solidariedade Olímpica, o programa Novas Lideranças tem como um dos objetivos prioritário a “promoção e valorização do dirigismo desportivo feminino”, e constitui ainda resposta ao objetivo de capacitar jovens dirigentes para a liderança de um desporto +igual, previsto nos instrumentos de política pública quer da CIG – Plano de Ação para a Igualdade entre Mulheres e Homens da Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação, quer do IPDJ – Plano Nacional de Juventude.

O programa Novas Lideranças, que encerrou agora a sua 2.ª edição, foi uma iniciativa do Comité Olímpico de Portugal, numa parceria colaborativa com o Instituto Português do Desporto e Juventude, com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e a Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres.

 

Fonte: COP

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