Sensivelmente, três a cada quatro portugueses não se exercitam ou praticam desporto, indicou esta segunda-feira o quinto Eurobarómetro dedicado ao Desporto e à Atividade Física. De acordo com o estudo publicado pela Comissão Europeia, 73% dos inquiridos compõem este quadro, enquanto 5% refere que “raramente” se exercitam ou praticam desporto, ao passo que os que o fazem “regularmente” são 4%, sendo 18% os que respondem “com alguma regularidade”. Este é o primeiro Eurobarómetro dedicado ao Desporto e Atividade Física publicado desde 2017, data da última edição.
Os dados são alarmantes, sobretudo pelo destaque a Portugal, que tem a mais alta taxa dos países europeus abrangidos pelo estudo, seguido pela Grécia (68%) e pela Polónia (65%). Na média, a pesquisa mostra que 38% dos europeus praticam desporto ou exercitam-se pelo menos uma vez por semana, enquanto 17% praticam menos de uma vez por semana. Até 45% dos europeus nunca se exercitam ou fazem atividade física.
Outra estatística importante refere-se à pandemia de Covid-19, quando metade dos europeus reduziu os seus níveis de atividade ou parou mesmo completamente. Este Eurobarómetro Especial sobre desporto e atividade física baseia-se nas respostas a cerca de 20 perguntas de 26.580 europeus dos 27 Estados-Membros.
Neste contexto da Covid-19, em Portugal, 41% responderam “continuou a ser fisicamente ativo, mas foi fisicamente ativo com menos frequência (valor na Europa foi de 34%); 22% “foi tão fisicamente ativo como era antes” (34%); 19% “parou de ser fisicamente ativo” (18%); e 7% “foi fisicamente ativo com mais frequência” (9%).
Por outro lado, os inquiridos na Finlândia (71%), Luxemburgo (63%), Países Baixos (60%) e Dinamarca e Suécia (59% em ambos países) são os mais propensos a fazer exercício ou praticar desporto pelo menos uma vez uma semana.
Lançado no âmbito da Semana Europeia do Desporto, apresentada na nave de atletismo do Centro de Alto Rendimento do Jamor, em Oeiras, o o Eurobarómetro trouxe como alerta a necessidade de intensificar os esforços da comunidade europeia acerca dos exercícios físicos, conforme destacou, em comunicado da Comissão Europeia, a Comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel.
“As conclusões que apresentamos mostram que é de vital importância continuar e intensificar os nossos esforços para promover a atividade física, estilos de vida saudáveis e valores universais, desde o género igualdade à inclusão, através do desporto. Já lançámos algumas iniciativas valiosas para incentivar as pessoas a serem mais ativas, e a Semana Europeia do Desporto, que começará no final desta semana com eventos e ações em todos os cantos da Europa, é um deles. Trabalhando com os Estados-Membros e parceiros da família do desporto europeu, desde atletas a treinadores e clubes de base, e particularmente para os jovens neste Ano Europeu da Juventude, vamos mais uma vez usar a Semana para encorajar todos os europeus a praticar atividade física”, afirmou
Na Europa, os inquiridos com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos são os mais propensos a praticar exercício ou praticar desporto com alguma regularidade (54%). Essa proporção diminui com a idade, passando de 42%, na faixa de 25 a 39 anos, para 32%, na faixa de 40 a 54 anos, e 21% na faixa de 55 anos ou mais.
De acordo com os entrevistados, a principal barreira para ser ativo é a falta de tempo seguida da falta de motivação, ou simplesmente o desinteresse pelo desporteo Em resposta, a campanha HealthyLifeStyle4All da Comissão continuará a aumentar a conscientização sobre a importância de um estilo de vida ativo e saudável em todas as gerações e grupos sociais.
A pesquisa permite perceber que o principal motivo invocado pelos inquiridos para estarem ativos é melhorar a saúde, seguido pelo desejo de aumentar os níveis de condição física e encontrar formas de relaxar. Numa nova tendência, possivelmente reforçada pela pandemia da COVID-19, cerca de um terço diz preferir praticar desporto em casa.