A IX Regata Internacional de Remo decorreu este fim de semana em Viana do Castelo, Cidade Europeia do Desporto 2023. A competição, organizada pelo Viana Remadores do Lima, reuniu mais de 220 praticantes de cinco países. A SportMagazine esteve à conversa com o clube, que abordou os desafios da IX Regata Internacional de Remo e o impacto da competição em Viana do Castelo.
O Viana Remadores do Lima é a entidade responsável pela organização da IX Regata Internacional Centro de Mar, que desafios surgiram na organização deste evento?
É certo que, por se tratar da 9.ª edição, há procedimentos que já se encontram agilizados. No entanto, é necessário levar em consideração a complexidade logística deste tipo de eventos, bem como os custos de organização e promoção. Diria que um dos principais desafios passou pela preparação do local do primeiro dia de regata, a Doca do Gil Eannes, um local central, em plena cidade, mas que obriga ao pedido de muitas licenças e contactos com as entidades responsáveis pelo espaço. Conseguira participação de equipas europeias de referência é também um desafio, especialmente num período em que temos a concorrência de diversas regatas noutros países mais centrais. Para ultrapassar estes desafios foi fundamental preparar tudo com bastante antecedência e estabelecer parcerias com a autarquia e algumas empresas locais para apoiar o evento. Acima de tudo, procuramos garantir que tudo corra bem e que os atletas tenham uma experiência segura e positiva.
Este fim de semana realizou-se IX Regata Internacional Centro de Mar, em Viana do Castelo, Cidade Europeia do Desporto. Na sua visão, que impacto é que a organização destes eventos desportivos e a sua associação a uma cidade europeia têm no Remo?
No caso do Remo, o impacto é enorme. Portugal é um destino muito procurado por remadores de todo o mundo para a realização de estágios, mas raramente vêm para competir. Eventos como a Regata Internacional Centro de Mar fazem falta, pois criam oportunidades para que os remadores portugueses possam competir com outros atletas de referência. Ao estarem associados à Cidade Europeia do Desporto, os eventos ganham maior visibilidade e atratividade.
Por outro lado, não posso deixar de referir que este tipo de eventos pode trazer muitos benefícios para a cidade promovendo o desporto se prática de atividade física e estimulando o turismo e a economia local, especialmente quando realizados na dita “época baixa”.
O que falta fazer pelo Remo em Portugal?
Este é um desporto cose potencial para atrair públicos muito diversos, pois tem um conjunto de caraterísticas que o tornam muito abrangente. É um dos desportos mais completos (trabalha 80% dos músculos do nosso corpo), pode ser praticado de forma individual ou em equipa, em águas interiores, costeiras, ou indoor, melhora os índices físicos e os indicadores de saúde e tem baixo impacto nas articulações, pelo que pode ser praticado até idades mais avançadas. Apesar de todas estas mais valias e ao contrário do que acontece noutros países, em Portugal o Remo encontra-se numa fase de estagnação. Os incentivos aos clubes são escassos e a aposta na captação de novos praticantes é reduzida. Além disso, o calendário competitivo é, neste momento, pouco apelativo para os atletas. São necessários mais esforços para promover o Remo e incentivar mais pessoas a praticarem. Temos de melhorar a nossa capacidade comunicar para fora da comunidade do Remo e ser capazes de angariar mais apoios por parte de entidades públicas e privadas.
