Poucas semanas após passar a integrar a equipa técnica da Seleção Nacional de futsal, Rute Carvalho já sentiu o sabor de alcançar a primeira grande conquista na nova função – e na carreira. Treinadora adjunta da equipa sub-21, ela esteve ao lado do selecionador Ricardo Azevedo no título do Campeonato Mundial Universitário feminino de futsal.
Antiga treinadora do GD Chaves, única mulher a comandar uma equipa na Primeira Divisão nacional na última época, Rute Chaves vive um sentimento de “felicidade e realização”, conforme disse em entrevista à SportMagazine. “Gratidão por podermos ter escrito esta página na história”, acrescentou.
Após uma campanha irretocável, com vitórias diante da diante da Chéquia (11-1), Líbano (17-2) e Nova Zelândia (10-0), Portugal encontrou na decisão a forte seleção brasileira. Foi para o intervalo a perder por 5-1 e, numa remontada histórica, conseguiu a reação, empatou o jogo no tempo regular e venceu nas grandes penalidades (6-5).
“Enquanto a buzina não tocar tudo é possível nesta modalidade. Em circunstância alguma existem vencedores ou derrotados à partida. Claro que tínhamos consciência que a montanha [ao intervalo] tinha ficado maior e seria necessário o dobro de nós para a escalarmos. Apesar de tudo, o foco no momento seguinte, nas ações de sucesso, e nas bases de trabalho teria de ser o centro da mensagem e da preocupação. E foi isso: alma, crença e confiança”, contou Rute Carvalho.
“Fomos bastante consistentes e fiéis a todo o trabalho que tem sido realizado com estas jogadoras nas diferentes seleções nacionais pelas quais já passaram algumas delas. Existe uma identidade de trabalho e princípios muito vincada, e isso foi perfeitamente visível ao longo da competição. Foi uma prestação de excelência, a todos os níveis”, complementou a treinador adjunta.
A destacar a importância do título para o futsal feminino português, que veio poucas semanas após o vice-campeonato da Europa sénior, Rute Carvalho mostrou-se confiante em dias melhores para a modalidade. “Poderá ser a peça que faltava para acreditarmos ainda mais no nosso potencial. Mostrámos que não há impossíveis e que estamos preparados para ombrear com os melhores. Seguindo este caminho acredito que voltaremos a conquistar mais vezes”, garantiu.
Profissional com o Grau II de certificação, a treinadora levou o Grupo Desportivo de Chaves pela primeira vez à final da Taça de Portugal, referente à temporada 2019/2020, frente ao Benfica – acabou como vice-campeã. Aos 33 anos, após despromoção com o mesmo DG Chaves, recebeu o reconhecimento pelo bom trabalho com a oportunidade na nova função.