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Rafael Lisboa e basquetebol português: o desenvolvimento, o “ponto fulcral” Neemias Queta e o sonho do EuroBasket 2025Exclusivo 

Rafael Lisboa, base da Seleção Nacional. Foto: Federação Portuguesa de Basquetebol

A Seleção Nacional de Basquetebol vai iniciar a sua caminhada na pré-qualificação do EuroBasket 2025 já no próximo dia 25 de agosto. A formação lusa começa a preparação na próxima segunda-feira. Chipre, Bulgária e Roménia são os adversários de Portugal na competição.

Rafael Lisboa, 22 anos, é jogador de basquetebol da Seleção Nacional e disputou a primeira época com a camisola do Spirou Charleroi, da Bélgica. O base português conversou com a SportMagazine e afirmou estar a preparar-se com o seu “trabalho normal e natural” que costuma praticar no verão, para se “preparar tanto para a janela como para a próxima época”.

O atleta formado no Sport Lisboa e Benfica, filho do treinador Carlos Lisboa, aborda ainda as expectativas da Seleção Nacional, afirmando que pretende, juntamente com os seus colegas, passar a fase de grupos.

“Sem dúvida que o nosso objetivo e o da Federação [Portuguesa de Basquetebol] é atingir o próximo EuroBasket 2025. Por isso, obviamente que vamos começar a jogar a pré-qualificação para esse Campeonato da Europa. Por isso, o objetivo é passar a fase de grupos e cumprir um objetivo, que é, nesta janela, ganhar os dois jogos. São dois jogos importantes e é importante começar a vencer. As expectativas são boas, temos jogadores novos que vêm acrescentar qualidade, por isso creio que temos todas as condições para fazermos uma boa janela e, como consequência, fazer uma boa qualificação agora”, disse.

Rafael Lisboa falou dos três adversários de Portugal nesta fase de pré-qualificação. O jovem português analisa que são “sempre equipas fortes e difíceis de combater e que vão lutar sempre até ao fim”. No entanto, encontra-se confiante na qualidade da equipa lusa e no trabalho que irão desempenhar.

“Sim, eu conheço os três adversários. O Chipre é uma equipa bem conhecida nossa, não de há muito tempo. Nós jogámos a pré-qualificação para o Mundial, que por acaso foi a primeira janela em que estive presente na Seleção A, em que jogámos com a Albânia, com o Chipre e com a Bielorrússia. Por isso, o Chipre é uma equipa que conhecemos bem. Vencemos os dois jogos, mas nunca são jogos fáceis, são sempre uma equipa aguerrida e difícil de combater, luta até ao fim. Depois as outras, tanto a Roménia como a Bulgária, são equipas fortes. A Bulgária é uma equipa com jogadores de grandíssimo nível, de nível de EuroLiga e nível de EuroCup, Champions League, todas essas competições europeias fortes”, descreveu.

Neemias Queta, jogador português na NBA. Foto: FBA

Queta, um ponto fulcral

Numa perspetiva mais geral daquilo que é a modalidade de basquetebol em Portugal, Rafael Lisboa diz que “há sempre coisas a melhorar”. O objetivo da Seleção Nacional passa por se aproximar ao máximo das grandes seleções e o atleta português acredita que está num bom caminho. Destaca ainda a internacionalização dos jogadores portugueses, nomeadamente Neemias Queta, primeiro português de sempre na NBA, como sendo um passo importante para a maior visibilidade do basquetebol luso.

“Acho que o ponto fulcral, obviamente, a entrada do Neemias na NBA, foi um ponto incrível para a visibilidade do basquetebol português. Se formos a ver, o número de jogadores vai crescendo, há muitos jovens a começar a sua carreira ou a sua formação fora. Por isso, acho que quanto mais há a internacionalização do jogador português, maior é a visibilidade. Vai acrescentar qualidade e vai trazer credibilidade ao nosso basquetebol. O exemplo do Neemias, que foi para os Estados Unidos e agora entrou na NBA, tanto o Diogo Brito, que agora joga em Espanha, o Gonçalo Delgado, eu também jogo fora. Nos sub-20 também temos o Rúben Prey, o Diogo Seixas, André Cruz. Por isso, acho que a internacionalização do jogador português é cada vez mais importante e quanto mais jogadores portugueses tivermos a sair da zona de conforto e a desafiar outros patamares e ser ambiciosos, acho que isso é um ponto fundamental para que o nosso basquetebol ir melhorando cada vez mais e aproximando de países potências”

Aquando perguntado acerca dos seus objetivos, o base natural de Oeiras respondeu com um objetivo do próprio e de todo o grupo de jogadores: jogar um EuroBasket.

“Eu tenho um objetivo pessoal, e sei que também é um objetivo de grupo e da Federação que é jogar um EuroBasket. E nós estamos a lutar para chegar ao próximo e tentar chegar o mais longe possível e tentar dignificar o país ao máximo. Eu tenho esse objetivo de jogar o Campeonato da Europa e sei que o grupo também o tem”, disse.

Rafael Lisboa destaca ainda a evolução dos jogadores portugueses, usando como exemplo os jogos contra a Hungria e a Ucrânia, equipas habituadas a grandes competições europeias.

“Hungria é uma equipa de Campeonato da Europa e nós perdemos com eles, mas podíamos ter ganho. No segundo jogo foi um azar, a bola acabou por não entrar na parte final, num lançamento perto do cesto. Mesmo em casa, acabámos por perder mesmo no fim. Por isso, acho que já conseguimos competir com esse tipo de equipas e acho que o processo normal vai ser a evolução, porque os jogadores são jovens e ao evoluirmos acho que poderemos conseguir atingir esses patamares porque não acho que estejamos assim tão longe. Acho que já conseguimos competir. Obviamente, não estou a dizer que conseguimos competir com França, Espanha, não é isso. Mas, por exemplo, nós ganhámos à Ucrânia num jogo de treino. Tudo bem que eles estavam sem dois jogadores de NBA, mas tinham jogadores de qualidade e mesmo assim conseguimos ganhar no torneio de Viana do Castelo, e é uma equipa que está em EuroBaskets, por isso acho que temos mais a capacidade de sonhas e ter esses objetivos. Obviamente continuando a trabalhar mas acho que é possível”, disse.

Travante Williams naturalizou-se português. Foto: FBP

Travante Williams e a naturalização no basquetebol luso

Para além disto, foi abordado ainda o tema de Travante Williams, o jogador agora luso-americano, que recentemente se naturalizou português. É o terceiro estrangeiro a fazê-lo, atrás de Sasa Borovjak e de Jeremiah Wilson, sérvio e norte-americano, respetivamente. Rafael Lisboa vê estas naturalizações com bons olhos e destaca as qualidades de Travante Williams, seu adversário já por algumas vezes.

“O Travante é um jogador que acho que toda a gente conhece. Tive oportunidade de jogar contra ele umas quantas vezes e é um jogador carismático no basquetebol e no Campeonato Português. É um jogador que vai trazer uma energia muito positiva, que luta sempre até ao fim, nunca vira a cara à luta, quer sempre ganhar e vai fazer de tudo para ajudar a equipa a ganhar. É um jogador que vai sempre dar o máximo , tanto no ataque como na defesa, e pronto, é um jogador com qualidade para poder ser um jogador importante para nós em termos de marcação de pontos e tudo o que toda a gente já conhece que ele pode dar. Mas sem dúvida que acho que a energia positiva dentro de campo, a defesa, a intensidade, essas coisas, são pontos característicos dele e que nos vão ajudar muito”, concluiu.

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