Uma das mais promissoras judocas portuguesas na atualidade, Carolina Paiva voltou a levar Portugal ao pódio numa competição internacional. A atleta da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT) conquistou a medalha de prata, no último sábado, na Taça da Europa de Juniores, que decorreu em Praga, na categoria -78 kg. O triunfo foi apenas mais um para a lisboeta, que planeia voltar às medalhas novamente na capital da República Checa, mas desta vez em setembro, no Campeonato da Europa de Juniores.
Até lá, Carolina Paiva seguirá a rotina intensa que divide entre os treinos, competições, trabalho como professora de atividades físicas desportivas e os estudos – está a concluir o licenciatura em Educação Física na Universidade Lusófona. “Treino sempre duas vezes por dia, sendo geralmente um dos treinos de manhã, que normalmente é um treino mais físico e à tarde temos sempre um treino de judo. Os meus treinos são também planeados tendo em atenção a faculdade e o trabalho de forma a conseguir conciliar a rotina dos treinos com a vida pessoal”, explicou, em entrevista à SportMagazine.
Tamanho esforço faz a atleta de 20 anos querer sempre fazer mais – e melhor. Na última competição, em Praga, Carolina disputou a sua categoria com outras duas atletas. A portuguesa estreou-se com uma vitória contra a ucraniana Anna Kazakova, por acumulação de ‘shidos’, em período de ‘ponto de ouro’. Na ronda seguinte, não conseguiu ultrapassar a segunda ucraniana em prova, Yuliia Kurchenko. Com este resultado, conquistou a medalha de prata. Para ela, insuficiente.
“Sinto que fiquei aquém daquilo que poderia ter feito, que era ter chegado à medalha de ouro. Fico feliz, pois esta competição me permitiu perceber erros que tenho que melhorar e corrigir, mas não estou feliz com o segundo lugar porque sei que tenho capacidade para fazer mais”, garantiu.
Carolina Paiva é treinada por Pedro Pratas. Começou a praticar o judo ainda criança, aos 6 anos e desde os 14 representa a ULHT. Não em vão, a atleta faz questão de saudar os companheiros com o mérito coletivo pela sua evolução e suas conquistas.
“Por trás de cada competição, existe todo um trabalho levado todos os dias em conjunto com os meus treinadores e colegas de equipa no clube. Os meus treinadores têm um papel importante naquilo que é a minha preparação para cada prova. Em conjunto conseguimos planear a minha rotina de treinos e perceber os pontos que existem a melhorar. Acho que ainda tenho alguns aspetos que podem ser melhorados porque nunca somos perfeitos e esta última competição acho que serviu para perceber elementos que seriam importantes de introduzir no meu judo e no meu treino”, detalhou.

Carolina Paiva foi bronze no Circuito Mundial em Coimbra, em março. Foto: Federação Portuguesa de Judo
Todos os esforços agora estão voltados para o Campeonato da Europa no mês que vem. Após conquistar este ano, em março, a medalha de bronze na primeira prova do Circuito Mundial de Juniores, em Coimbra, e a prata, em maio, na Taça da Europa de Málaga, em juniores, a judoca portuguesa quer voltar ao pódio em mais uma grande competição internacional.
“A curto prazo o meu maior objetivo é sem dúvida o próximo Campeonato da Europa. Quero fazer uma boa preparação para que em setembro esteja tudo alinhado para que a competição corra como o planeada e consigamos chegar às medalhas”, afirmou, a recordar em seguida as últimas conquistas na temporada.
“Málaga foi sim uma prova importante para mim, pois estava numa altura em que estava a ser muito complicado conciliar a escola, com o trabalho e os treinos. Mas consegui alcançar uma medalha de prata, sendo assim a minha primeira final no escalão juniores, apesar de o resultado não ter sido o que pretendia. Mas este ano a medalha que mais me deu prazer ganhar foi o bronze na primeira prova do Circuito Mundial de Juniores, em Coimbra. Para além da medalha ter sido ganha em casa, este pódio teve outro sabor pois tive ao longo do dia a presença do meu treinador (Pedro Pratas), dos meus amigos e dos meus pais na bancada que com eles por perto o prazer de lutar e de ganhar é muito superior. Nessa prova venci o combate para a medalha de bronze a uma atleta italiana [Carolina Mengucci] com a qual já tinha perdido por duas vezes e estava por isso um bocado nervosa. Mas, ao falar com o meu treinador, ele ajudou-me a manter a cabeça no sítio certo e a saber que era capaz de levar a medalha para casa. Ao final, venci esse combate por ippon em 16 segundos sendo esta prova também muito especial para mim”, detalhou.

Carolina ao lado do treinador, Pedro Pratas. Foto: Arquivo Pessoal