“Pedro Pichardo conseguiu alcançar a sua segunda medalha olímpica, agora a de prata, igualando o feito de Carlos Lopes. No Stade de France, nos Jogos Olímpicos de Paris’2024, o atletismo chegou à sua 13ª medalha”, destaca, em nota publicada no site oficial, a Federação Portuguesa de Atletismo.
O atleta do Benfica , segundo no concurso de triplo salto, aumentou para três os ‘metais’ conquistados por portugueses na presente edição dos Jogos, tornando-se no sexto luso a subir duas vezes a pódios olímpicos.
“Pedro Pichardo, o primeiro português desde Carlos Lopes a conquistar um ouro e uma prata em Jogos Olímpicos”, exultou o Comité Olímpico de Portugal.
Depois de se ter tornado o quinto medalha de ouro português, Pichardo juntou-se aos também campeões olímpicos Carlos Lopes, Rosa Mota e Fernanda Ribeiro, bem como ao cavaleiro Luís Mena da Silva e ao canoísta Fernando Pimenta a repetir pódios em Jogos.
Pichardo assegurou a prata em Paris2024 com 17,84 metros, que conseguiu no segundo salto, ficando a dois centímetros do espanhol Jordan Díaz (17,86), que lhe sucede, enquanto a medalha de bronze foi arrebatada pelo italiano Andy Díaz, com 17,64.
O ouro ali tão perto…
“Acho que foi um ouro perdido. Perdi por dois centímetros e nos primeiros saltos estava a saltar a 20 centímetros da tábua. Bastava só saltar na tábua e acho que ganhava, mas, infelizmente, nesta competição não se podem cometer erros e eu cometi vários. No final paguei e perdi a medalha de ouro. Obviamente custa muito. Eu tenho vindo a trabalhar desde os Europeus, prometi a mim próprio que ia trabalhar muito para demonstrar o meu nível e que era o melhor atleta do triplo salto. Infelizmente hoje não aconteceu, fiquei a dois centímetros, mas é a vida. Não se pode cometer erros como já disse, infelizmente hoje cometi vários e acabei perdendo a competição”
Futuro e pedido… ao Governo
“Tenho perdido aquela emoção, aquela felicidade que tinha pelo desporto e tenho vindo a pensar em aposentar-me a partir de hoje (sexta-feira). Mas o que está na minha cabeça é ficar aqui já. Parar por aqui. Hoje (sexta-feira), já foi a minha última competição. A minha família ainda continua a falar comigo para ver se continuo mais tempo, a saúde está boa, ainda tenho 31 anos, não sei. Vou pensar a ver se continuo. Há anos tinha prometido a minha mãe que ia acabar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles. Os últimos anos têm sido complicados, [com] problemas no clube também. Infelizmente, lá em Portugal, não temos apoio das instituições. O Governo também só olha para o futebol. Nós somos atletas que temos que estar aqui, mas não temos apoio nenhum. (…) A única coisa que eu vou pedir ao Governo, ao ministro, ao Presidente é que apoiem-nos também a nós. Eu sei que aqui, em Portugal, é só futebol, mas somos também atletas, precisamos também de um bocadinho. Não estamos a pedir muito, mas um bocadinho. Daquilo que vocês dão ao futebol, acho que um bocadinho para nós é suficiente.”
Por: Pedro Silva
Foto: Francisco Paraíso / COP