O andebol português tem vindo a obter enormes resultados tanto a nível da Seleção Nacional, jovens ou séniores, tanto a nível de clubes. Paulo Sá, diretor técnico nacional do andebol masculino, conversou com a SportMagazine sobre essas mesmas conquistas e resultados do andebol português no ano de 2022, para além da recuperação da modalidade a nível de atletas federados após a pandemia.
Paulo Sá resume 2022 de forma positiva, realçando a recuperação de atletas que a Federação de Andebol de Portugal (FAP) havia perdido devido à pandemia. O diretor técnico nacional fala de uma “recuperação quase completa do número de atletas que tínhamos federados do pré-Covid para este período”. No que aos resultados diz respeito, Paulo Sá aborda os resultados desportivos.
“Começando por baixo, temos os sub-17, que ficaram no terceiro lugar do Festival Olímpico da Juventude Europeia (FOJE), ou seja, conseguiram uma medalha de bronze e para nós foi uma participação muito significativa. Depois nos sub-18 fomos ao Campeonato da Europa em que ficámos no oitavo lugar. Este oitavo lugar que nos permitiu apurar para o Campeonato do Mundo de sub-19 deste ano, mas também nos permitiu, em simultâneo, apurar para o Campeonato da Europa de sub-18 e para o Campeonato da Europa de sub-20, em 2024, e ainda para o FOJE 2023. Ou seja, foi um oitavo lugar que nos permitiu quatro apuramentos para grandes competições internacionais, o que para nós é significativo. Significa que, até 2024, em 2023 estaremos em dois Campeonatos do Mundo e no FOJE e, em 2024, teremos Campeonatos Europeus para os respetivos escalões. Em termos de participação internacional das seleções jovens é fantástico. E depois culminamos com os sub-20 que tiveram, no Campeonato da Europa realizado em Portugal, um brilhante segundo lugar, uma classificação fantástica. Ou seja, em três competições jovens, em duas delas estivemos nas medalhas, o que nos deixa aqui uma esperança de futuro, de que este está sólido, está assegurado”, afirmou.
O diretor técnico nacional do andebol masculino da FAP confirma assim que “o rejuvenescimento das seleções séniores é possível nos próximos anos”, apesar de ainda haver bastante trabalho pela frente. No que à Seleção A diz respeito, Paulo Sá dá destaque ao ataque de Covid que Portugal terá sofrido no passado Europeu no início de 2022. Para além das prestações das seleções, realçou também os feitos dos clubes portugueses nas competições europeias.
“Deixe-me só fazer uma última análise à participação europeia dos clubes portugueses que foi muito boa. O FC Porto a ser apurado para a fase seguinte da Liga dos Campeões, o Sporting CP a atingir os quartos de final da EHF European League e o SL Benfica a ter disputado a final dessa competição e ter vencido a mesma, disputada em Portugal, o que em termos de clubes, este ano, nas participações internacionais, foi muito positivo”, disse.
Para além de tudo isto, de realçar também a Seleção feminina de andebol que se encontra a disputar a qualificação para o Mundial 2023, tendo os próximos encontros em abril desse mesmo ano. Após abordar aquilo que é o passado, ou seja, o que se passou neste ano de 2022, Paulo Sá aborda o futuro do andebol nacional, falando de um investimento da formação.
“Nós prevemos um bom futuro, pelo menos estamos a trabalhar para isso, com as participações internacionais, com o facto de neste momento estarmos a consolidar a nossa participação naquilo que é o andebol nas escolas, nós acreditamos que, nos próximos anos, poderá haver um ‘boom’ de praticantes (…) Eu, parece-me, que estes quatro anos foram muito interessantes relativamente àquilo que é a prestação das equipas portuguesas e neste caso das seleções nas competições internacionais (…) Isso só é possível se nós investirmos ao nível daquilo que fazemos na formação e temos tido alguma preocupação naqueles que são alguns processos de novos atletas na modalidade e a entrada nas escolas e o fomento do andebol a nível escolar, mas também as seleções jovens iniciais”, realçou.
Para o próximo ano, que se aproxima, Paulo Sá conta com uma boa participação da Seleção Nacional A Masculina no Campeonato do Mundo, com a esperança de que esta consiga obter a melhor classificação de sempre em mundiais (a atual é um décimo lugar). “Não nos esquecendo nunca que esta Campeonato do Mundo é a primeira porta de entrada para a qualificação olímpica”, diz. Para além da Seleção sénior, também as seleções nacionais jovens vão ter importantes competições.
“Depois temos as seleções jovens, os sub-20 que vão participar no Campeonato do Mundo, vindos de uma medalha de prata num Campeonato da Europa que querem defender, temos os sub-18 que vão para o Campeonato do Mundo sem a pressão de classificação mas que obviamente queremos aproveitar para dar uma competição internacional de alto nível a muitos atletas. E depois temos também a participação dos sub-17 no Festival Olímpico de Juventude Europeia. Temos os objetivos de dar competição e dar estrutura aos nossos atletas mais jovens para o futuro. Esse é sempre o nosso objetivo principal, mas que se os bons resultados vierem junto, para nós era ótimo”, afirmou.
Conforme referido, a Seleção Nacional A inicia 2023 com o Campeonato do Mundo que se realiza na Suécia e na Polónia. Portugal encontra as seleções da Islândia, da Coreia e da Hungria na competição que se inicia no dia 12 de janeiro e termina a 29 do mesmo mês.
