A equipa nacional termina esta sexta-feira o primeiro estágio de 2023 voltado para setor de lançamentos. Entre os atletas reunidos em Vila Real de Santo António, no Algarve, desde o último dia 3, estão a principal lançadora do disco nacional, Liliana Cá (finalista olímpica em Tóquio 2020 – quinta classificada), e a promissora lançadora do peso Jessica Inchude, presente no último Europeu após bater o recorde pessoal (18,21m). As duas atletas do Sporting são treinadas por Luís Herédio, que conversou com a SportMagazine sobre este início de ciclo e os planos para o ano.
SportMagazine (SM) – Como está a decorrer o estágio e como este tipo de atividade, com formações e treinos, colaboram para o desenvolvimento dos atletas envolvidos, mas também dos treinadores, que podem compartilhar conhecimentos?
Luís Herédio (LH) – Estão envolvidos oito atletas. Tem havido bastantes trocas de informação entre treinadores e até mesmo debates e interajuda. Os atletas e treinadores estão, acima de tudo, a aproveitar as excelentes condições climáticas que aqui encontram para treinar. Vila Real de Santo António vai começar a investir muito neste espaço para que futuramente possamos treinar ainda com mais qualidade.
SM – A Liliana Cá é uma das mais fortes lançadoras do país e entra para mais um ano pré-olímpico cercada por muita expectativa. Para além da qualificação para Paris, quais os principais objetivos da atleta neste ano?
LH – A Liliana, sente-se muito bem fisicamente e acima de tudo parece que o problema da lesão no joelho, está praticamente ultrapassada, os treinos indicam que o disco vai voar para muito longe. Expectativas sempre altas e como sempre digo, queremos uma medalha.
SM – Quando fala em medalha, refere-se a Paris 2024?
LH – Na verdade, o nosso desejo é trazer uma medalha internacional. O ideal seria nos Jogos Olímpicos, mas se for num Europeu ou Mundial [no ano passado, Liliana alcançou o 6.º lugar], ficamos satisfeitos. Mas sim, trabalhar durante este ano e meio, com o intuito de trazer uma medalha nos Jogos Olímpicos. Temos que aproveitar o apoio da preparação olímpica, que a Federação Portuguesa de atletismo e o Comité Olímpico [de Portugal] nos dão.
SM – Sobre a Jéssica Inchude, em boa evolução, acredita que pode alcançar os mínimos para Paris 2024? E, de forma, geral, quais os principais objetivos para ela este ano?
LH – A Jessica recebeu hoje a notícia que já está qualificada para os campeonatos da Europa de pista coberta, está super bem e os níveis de força já estão acima dos da época passada, agora temos que transformar isso em potência e afinar a técnica para ela ficar entre as oito no Campeonatos do Mundo. Para Paris faltam 13 cm, não é impossível, ela quer fazer os mínimos diretos e eu vou dar também o meu melhor.
SM – Relativamente ao trabalho que está a desenvolver como coordenador de atletismo no Sporting, pontuaria algum atleta a ser observado mais de perto neste ano?
LH – No Sporting comecei a treinar esta época um lançador de disco, que me está a dar muito prazer em ajudar, chama-se Edujose Lima [também presente no estágio no Algarve], mas ainda é muito cedo para falar. No entanto, é de uma dedicação fabulosa e concentração acima da média. Se eu conseguir corrigir alguns pormenores técnicos, pode fazer coisas muito giras. Vamos aguardar.

Jessica Inchude, lançadora portuguesa. Foto: FPA
