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Kevin Santos e a medalha da redenção na canoagem: “É um momento muito bonito na minha carreira como atleta…”Exclusivo 

Kevin Santos foi ouro em Munique. Foto: Federação Portuguesa de Canoagem

Kevin Santos, canoísta português de 26 anos, nascido na Venezuela, sagrou-se campeão europeu de K1 200 metros, nos mais recentes Europeus, disputados em Munique. Para além desta conquista, o atleta já conta, esta época, com uma final no Mundial no Canadá, onde ficou no top-6, na mesma categoria; com duas medalhas de prata a nível nacional, no Campeonato Nacional de Pista, em K4 500 e K1 200 metros. Kevin marcou também presença na Taça do Mundo, disputada em Poznan, na Polónia, no mês de maio, onde conquistou lugar no pódio nos K1 200 metros (terceiro posto) e um quinto lugar no K4 500 metros.

Com esta época finalizada, o atleta português acaba por melhorar, a nível internacional, algumas prestações relativamente ao ano transato. Na época passada, Kevin terá alcançado, nos Mundiais, na Dinamarca, um nono lugar no K1 200 e um 11º posto no K4 500 metros. No entanto, a nível nacional, conquistou o título de campeão nacional de K4 500 metros e o segundo lugar nos K1 200 metros – tal como este ano. De relembrar que, por uma curta distância, Kevin não se qualificou para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.

Com todo o trabalho realizado esta época, o português, em conversa com a SportMagazine, afirma ainda não acreditar que é campeão europeu na categoria K1 200 metros.

“É uma sensação que dá sentido a tudo o que fazemos durante a época, durante estes anos todos. Acredite que ainda não caí em mim, ainda estou a processar toda a informação, mas ver família amigos, todos os que me apoiam, a partilhar essa alegria comigo é um momento muito bonito na minha carreira como atleta”, disse o atleta treinado por Rui Fernandes.

Apesar da conquista do titulo europeu no K1 200, Kevin Santos admite não ter sido o objetivo principal delineado para esta época, sendo este “fazer parte dos barcos de equipa, tanto do K4 como do K2, e foi para isso que o trabalho mais especifico foi direcionado”. De certa forma desiludido com a sua prestação nos Mundiais de Canadá, o canoísta de 26 anos chegou a Munique com vontade de dar tudo o que tinha.

“Fiz as duas Taças do Mundo, no K4, depois também fiz Taça do Mundo no K1, onde tive bons indicadores e depois acabei por só participar no K1 200, tanto no Mundial no Canadá, há três semanas, como agora nos Campeonatos Europeus em Munique. No Canadá, consegui apurar-me para a final, ter algumas boas sensações, mas no fim não consegui entregar a minha prova, ou seja, conseguir entregar tudo o que tinha capacidade para fazer. Ao ir para Munique, o meu pensamento passava muito por isso. Não tanto na classificação ou algo externo que não se pode controlar, como os adversários, mas sair com a sensação que entreguei o máximo que tinha. E foi isso que foi sempre para as provas de Munique. No final descobri que consegui fazer a minha prova perfeita e o resultado foi campeão europeu, foi muito especial”, afirmou, em declarações à SportMagazine.

Foto: Federação Portuguesa de Canoagem

Uma palavra sobre a canoagem portuguesa

Aquando perguntado acerca da visibilidade da canoagem em Portugal, o agora campeão europeu de K1 200 metros afirma que a sua conquista traz visibilidade, tal como a conquista de todos os atletas portugueses, destacando Fernando Pimenta.

“Sim, claro que uma conquista num Europeu dá uma visibilidade a mim como atleta mas também à modalidade. Mesmo estando a viver um momento como o que vivemos na canoagem nacional, temos um atleta como o Fernando [Pimenta], que já nos habitua quase como se fosse uma coisa banal. Títulos, medalhas internacionais, devido aos seus excelentes resultados. Mas acredito que não sendo só o Fernando, também vendo a minha medalha, dentro da equipa, dentro dos atletas dos próximos anos, que vão agora aparecer, é sempre um boost extra, como se costuma dizer”, afirmou o português.

Kevin Santos afirma que, nos últimos 10, 15 anos, nota um crescimento da modalidade “desde a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres, 2012, do Fernando [Pimenta] e do Emanuel [Silva]. A canoagem ganhou outra visibilidade e teve um crescimento muito grande e que tem vindo, ao longo dos anos, a ser alimentado, tanto pelos resultados que o Fernando continua a obter, mas também com os resultados da restante equipa, com as presenças olímpicas, com medalhas em Taças do Mundo, em Campeonatos da Europa. Tudo é um fator importante para o crescimento, claro”, esclareceu o atleta.

No entanto, apesar desta opinião positiva acerca da visibilidade da canoagem, Kevin acaba por concordar com as críticas feitas recentemente pelo vice-presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Ricardo Machado, em relação ao financiamento da modalidade.

“Sim, relativamente às afirmações feitas sobre os financiamentos só tenho que subscrever o que foi dito. Se formos analisar os diferentes orçamentos que temos para as diferentes modalidades, isto falando claro do desporto, não vamos mais além que isso, vemos umas discrepâncias grandes e que podemos dizer que muitas delas não traduzem o relevo e os resultados dos últimos anos e claro, só tenho que subscrever e apoiar o que foi dito pelo presidente e pelo vice-presidente da Federação [Portuguesa de Canoagem]”, disse.

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