Poucas horas após ver a sua atleta conquistar mais um resultado de destaque na carreira, o histórico treinador de ginástica José Ferreirinha avaliou positivamente a prestação de Filipa Martins nos Jogos do Mediterrâneo, que decorrem, em Oran, na Argélia. A atleta do Acro Clube da Maia subiu ao pódio esta quarta-feira com a medalha de bronze ao peito alcançada nas paralelas assimétricas. Uma medalha que poderia até ser de outra envergadura não fosse apenas um detalhe, aponta Ferreirinha.
“Ela esteve nas paralelas e esteve muito bem. Fez aquilo que podia. A Filipa apenas teve um pequeno deslize na saída que lhe tirou três décimos que poderiam lhe permitir ir melhor. Mas executou um exercício muito arriscado, com a maior dificuldade da competição e por isso tivemos que arriscar. Mas foi bom. Ela fez o trabalho dela. Na trave não correu tão bem, tinha sido melhor no primeiro dia”, avaliou o treinador.
Filipa Martins, segundo Ferreirinha, está “muito contente com o resultado”. Alcançou uma pontuação de 13,850, alicerçada no movimento “Martins”, que cunhou. A atleta de 26 anos ficou atrás apenas da italiana Martina Maggio, segunda com a mesma pontuação, e da italiana Giorgia Villa, que venceu o ouro com 14,000.
Recorde-se que a 17.ª classificada nas paralelas assimétricas de Tóquio 2020 conseguiu alcançar a medalha após uma lesão que a atleta sofreu em abril passado, da qual ainda se encontra a recuperar.
“Atrapalhar, atrapalha sempre. Perturba o rendimento do treino. Conforme eu tinha dito antes da competição, ainda não tínhamos decidido se ela iria fazer os quatro aparelhos ou não e tivemos que decidir que não. Isso perturba e não é a forma ideal pra se apresentar em competições de alto nível. Estamos a avaliar ainda a melhor estratégia para daqui a um mês ou cinco semanas quando temos o Campeonato da Europa para ver como lidar com isso”, explicou Ferreirinha.
Precisamente sobre o próximo desafio da Filipa Martins, o treinador português observou que a atleta vai “continuar os treinos” e que ainda vai “avaliar bem, montar uma estratégia para lidar com esses contratempos e tentar uma prestação possível que qualifica a equipa ou individualmente para o Campeonato do Mundo”.
“Pela primeira vez, a qualificação para o Campeonato do Mundo é obtida através das classificações nos campeonatos continentais e, no caso da Europa, apenas as 13 primeiras equipas terão acesso à participação como equipa”, detalhou José Ferreirinha.
De recordar ainda que Filipa Martins conta com cinco medalhas em Taças do Mundo – três de bronze, uma de prata e uma de ouro. Em 2021, no Campeonato da Europa, a atleta fez história, nas paralelas assimétricas, ao introduzir um novo elemento técnico no código internacional de pontuação, o mesmo que a levou à medalha de bronze esta manhã.
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