Depois de ter sido palco dos Jogos Olímpicos de 2024, a capital francesa prepara-se para receber, de 28 de agosto a oito de setembro, os Jogos Paralímpicos, que vão contar com mais de quatro mil atletas que vão “competir em locais emblemáticos”, tendo como objetivo levar “o mundo a mudar a perceção sobre a deficiência”, destacam os organizadores do evento.
Ao longo de 11 dias, Paris vai acolher, em 18 instalações que há pouco tempo foram palco das competições olímpicas, atletas de 185 países, entre os quais 27 portugueses, que competirão em 22 modalidades do programa paralímpico, estando previstos 549 eventos.
O comité organizador apostou em levar a competição paralímpica – que reúne atletas de quatro das cinco áreas da deficiência (intelectual, motora, visual e paralisia cerebral) – para o coração da cidade-luz, com a cerimónia de abertura prevista para a Praça da Concórdia.
O Comité Paralímpico Internacional (IPC) e o comité organizador de Paris2024, responsável pelos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, prometem que França será palco da “edição mais espetacular de sempre” de uma competição cuja génese remonta a 1948, quando o neurocirurgião Ludwig Guttmann organizou, na cidade inglesa de Stoke Mandeville, uma prova desportiva para veteranos da II Guerra Mundial com lesões na espinal medula (em cadeira de rodas).
“Acreditamos que os Jogos Paris2024 vão ser os mais espetaculares de sempre, não só porque vão voltar a ter público, ao contrário do que aconteceu em Tóquio2020, mas também porque não há um parque olímpico fechado e as instalações estão espalhadas pela incrível cidade de Paris”, admitiu recentemente o presidente do IPC, Andrew Parsons.
“Dentro de três, quatro, 10 anos, a sociedade francesa será mais inclusiva do ponto vista de atitude, mas também da sua infraestrutura”, admitiu Parsons, assumindo a ambição de levar bem mais longe o impacto da competição.
Com transmissão para quase 170 países, os organizadores ambicionam ultrapassar o recorde de audiência acumulada dos Jogos Tóquio-2020, realizados em 2021, que se cifrou nos 4,1 mil milhões, e fazer dos Jogos “uma vitrina”.
“Obviamente que nós não queremos que as pessoas com deficiência tenham oportunidades somente enquanto atletas, mas também no mercado de trabalho, na sociedade. Então o desporto paralímpico é um grande exemplo, uma grande vitrina. Mas queremos que isso transcenda para outras áreas da vida das pessoas”, afirmou Parsons.
Há três anos, a China foi o país com mais medalhas conquistadas, com um total de 207, das quais 96 de ouro, seguida da Grã-Bretanha, com 124 (41 de ouro), e dos Estados Unidos, com 104 (37 de ouro).
Foto: CPP