A canoagem portuguesa viveu um ano de 2022 com muitas conquistas, tanto para atletas já bem conhecidos da modalidade, como Fernando Pimenta e Teresa Portela, por exemplo, como para os mais jovens, no caso de Beatriz Fernandes. O treinador mais medalhado de Portugal, Hélio Lucas, comentou as prestações portuguesas, nomeadamente destes atletas, em conversa com a SportMagazine, delineando ainda um objetivo para 2023.
No que aos seus atletas diz respeito, Hélio Lucas avaliou de forma positiva a época de Teresa Portela e de Fernando Pimenta. A atleta conquistou uma medalha na Taça do Mundo, sendo, juntamente com Fernando, vice-campeã do mundo em K2. O técnico afirma que a canoísta portuguesa “teve um ano excecional”, demonstrando que “está num bom caminho”.
No que a Fernando Pimenta diz respeito, Hélio Lucas descreve como “espetacular” a época do português. O palmarés do canoísta em 2022 conta com dois títulos mundiais de maratona, quatro medalhas de ouro, em quatro finais possíveis, numa Taça do Mundo, três medalhas (ouro, prata e bronze), em quatro finais, no Campeonato da Europa, entre muitas outras conquistas.
“Não vamos falar que não foi campeão do mundo por 0,05, o resultado, talvez, mais próximo. De todas as provas que fez apenas duas, a nível internacional, não foi medalha. Ele conquistou, não me quero enganar, 14 medalhas. (…) Ou seja, acho que foi um ano brilhante”, afirmou.
Hélio Lucas entre os seus atletas, Fernando Pimenta e Teresa Portela. Foto: Instagram/Fernando Pimenta
Para além dos seus atletas, Hélio Lucas abordou aquela que é a formação da canoagem portuguesa. O treinador português destacou os jovens canoístas do nosso país, com destaque para Beatriz Fernandes, que contou com sete medalhas entre Campeonatos da Europa e do Mundo. “E também podemos ver, principalmente nos jovens escalões, juniores e sub-23, uma série de atletas a disputar finais e pódios mesmo como já não se via há bastante tempo. Portanto penso que está aí um futuro promissor para a canoagem portuguesa”, disse Hélio Lucas.
“É uma jovem que passa ao seu primeiro ano de sénior, sub-23, é um ano difícil, mas penso que com alguma persistência, se ela conseguir afirmar-se agora, penso que será uma atleta a ter em conta nos próximos Jogos Olímpicos e nos seguintes. Ou seja, é uma nova geração que deve continuar o trabalho, a ter apoios para poder continuar a evoluir, dar continuidade a estes projetos, e saber esperar, porque não se faz um atleta como o Fernando Pimenta de um dia para o outro. O primeiro ano do Fernando como sub-23, ele não conseguiu praticamente nenhuma medalha”, realçou.
No que aos objetivos para 2023 diz respeito, Hélio Lucas destaca o apuramento para os próximos Jogos Olímpicos em Paris, no ano de 2024. Afirma que “mais que ganhar medalhas é conseguir o apuramento para os Jogos Olímpicos para depois fazerem uma preparação tranquila para Paris”.
Existem dois momentos de apuramento, sendo que o primeiro é no verão do próximo ano, em agosto, no Campeonato do Mundo. A segunda fase de apuramento é mais reduzida no ano seguinte. “A ideia é tentar apurar agora para não ter de esperar pelo ano seguinte e estar mais focado na preparação para os Jogos Olímpicos. É lógico que, como em qualquer preparação, para as coisas correrem bem, os atletas vão, com certeza, conseguir bons resultados e boas prestações, mas estamos focados no objetivo principal que é, acima de tudo, o apuramento para os Jogos Olímpicos”, disse.
