Fernando Pimenta, canoísta português, falou no seu Instagram, num direto, após as conquistas das medalhas de bronze e de prata, nas competições K1 500 e K1 1000, respetivamente, no Campeonato do Mundo que decorre no Canadá.
O atleta afirma que foi um risco que, em conjunto com Hélio Lucas, seu treinador, decidiram tomar. Esse risco passa por competir em quatro competições diferentes neste Campeonato do Mundo.
“Sabíamos o risco que estávamos a correr ao entrar em quatro competições diferentes, o K1 500, o K1 1000 metros, o K1 5000 e o K2 Misto, porque nós temos de fazer a fase das eliminatórias, das semifinais e, consequentemente, as finais, e sabemos que nos acarreta sempre maior desgaste. Foi uma decisão tomada com o meu treinador. Sabíamos o risco que era chegar às finais já cansados. Da prova dos 500 metros ser antes da final dos 1000, mas mesmo assim achamos que Portugal e os portugueses mereciam esse risco, que nós corrêssemos esse risco, de conseguirmos medalhas nas duas distâncias no dia de ontem, ou mesmo não conseguirmos qualquer medalha, porque isso pode acontecer”, disse.
As finais do K1 500 e do K1 1000 disputaram-se no mesmo dia, o que levou a Fernando Pimenta a uma recuperação rápida no intervalo entre as duas finais.
“Nos 500 metros consegui a medalha de bronze, como todos viram. Uma prova bastante disputada do início ao fim (…) Foi tentar recuperar o melhor possível. Tinha os meus adversários praticamente todos frescos à espera da final dos 1000 [metros]. Os atletas que estavam nos 1000 estavam praticamente todos frescos, exceto eu e o atleta checo, e depois fomos para a prova com pensamento positivo, uma medalha já estava conquistada, já tinha uma medalha de bronze, e que podia conseguir estar pelo menos na luta pelo título mundial e por mais uma medalha para Portugal. Durante a competição, foram as duas regatas bastante duras, estava bastante vento de frente, o que não é uma prova para as minhas condições, ou para a minha forma de competir, que me beneficie ou favoreça, mas tentei ir com o melhor que tinha, tentei dar o máximo. Sabia que o atleta da Hungria se ia tentar destacar o mais possível logo de início. Tentei acompanhá-lo, tentei nunca perder muito, tentei até, inclusive, passa-lo, só que, na perspetiva que eu tinha, não conseguia controlá-lo de uma forma que eu quisesse e pronto, quando entrámos nos metros finais, fui a acreditar que ainda era possível e comecei a recortar bastante espaço para ele e depois no impulso final deu-nos aquela margenzinha de 0,05 segundos para a medalha de ouro”, afirmou.
Fernando Pimenta realça ainda a desilusão que sentiu quando a prova acabou. No entanto, Hélio Lucas demonstrava-se feliz com a competição do atleta e pela alteração da forma como normalmente compete.
“Quando cheguei à plataforma o meu treinador estava super contente e eu comecei a falar com ele para saber o que ele achou da prova. Ele gostou da forma como fiz a competição, como me bati durante a prova toda, e depois também a parte de ter feito uma prova diferente daquilo que normalmente faço, que é uma parte inicial mais forte, e depois na parte final tento aguentar o máximo possível. Desta vez, consegui fazer uma prova bastante regular e isso dá-nos também outras perspetivas de que tudo é possível, mesmo em provas mais lentas”, disse Fernando Pimenta no seu Instagram.
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