Um dos jogadores mais experientes da Seleção Nacional, Fábio Magalhães espera escrever uma história diferente diante dos Países Baixos esta quinta-feira, às 19h00, na Portimão Arena, no Algarve, no primeiro de dois válidos pelo play-off final que decide uma vaga no Campeonato do Mundo de 2023. A segunda mão acontece no domingo, em Eindhoven.
Fábio Magalhães, lateral do FC Porto, esteve presente na apertada derrota apertada no encontro com os neerlandeses no Europeu (32-31), no passado mês de janeiro. Para ele, Portugal precisará regressar aquele jogo, observar os erros cometidos e trabalhar não voltar a repeti-los.
A receita do sucesso, de acordo com atleta de 34 anos, passa também por manter a serenidade, o foco nos objetivos e pelo apoio dos adeptos em Portimão. A SportMagazine conversou com Fábio Magalhães sobre o primeiro dos dois jogos decisivos com os Países Baixos.

Fábio Magalhães. Foto: FAP
SportMagazine (SM) – A questão psicológica seguramente conta muito num momento de decisão como este, diante de um adversário forte e sob a pressão de buscar um bom resultado. Como alguém experiente como o Fábio pode ajudar nesta hora, especialmente em relação aos mais novos?
Fábio Magalhães (FB) – É preciso manter a cabeça calma porque são momentos de algum estresse, claramente. É preciso ter e usar a experiência, mas também acho que essa juventude nos pode ajudar muito com essa irreverência porque se calhar não pensam tanto nessa parte de estresse e vão para o jogo mais tranquilo às vezes. Se calhar, às vezes nós, mais experientes, pensamos mais nas coisas e isso também pode prejudicar um bocadinho. Mas, sim, é nosso papel manter toda a gente ciente dos objetivos e do que queremos atingir.
SM – Portugal fez um jogo bastante equilibrado com as Países Baixos no Euro, no fim de janeiro. Naquela ocasião, a equipa havia sofrido com a Covid-19 e não conseguiu ter uma sequência de treinos com o grupo completo. Qual a diferença faz chegar para esta decisão com o trabalho completo com o Paulo Pereira?
FM – Claro que é importante conseguir ter e trabalhar com toda a gente, apesar de continuar a termos algumas lesões e ausências. Mas não nos podemos agarrar a essa questão da Covid-19 e ao que aconteceu no Europeu. Temos que ver os erros que cometemos e corrigi-los.
A comparação que temos é o jogo do Europeu, então temos que estudá-lo para não voltarmos a cometer os mesmos erros. Essa questão de não termos nos preparado para o jogo… Somos jogadores experientes e tínhamos a obrigação de ter feito melhor à altura e é isso que queremos fazer agora. Não compensarmos, porque o Europeu passou, mas agora queremos estar no Mundial e para isso temos que dar o melhor. Mas claro que é importante trabalhar os dias todos com toda a gente.
SM – Ainda sobre os Países Baixos, Portugal sofreu uma derrota por muito pouco. Pode-se esperar novamente um jogo muito equilibrado?
FM – Os Países Baixos têm muito boa equipa, muito rápidos, com muito querer, muita vontade. É mesmo uma característica deles, sempre com uma intensidade muito alta. E nós vamos ter que nos preparar para nos recuperar bem nas transições defensivas que é uma das grandes armas deles é o contra-ataque, onde marcam muitos golos dessa maneira com jogadores muito rápidos.
SM – A Seleção Nacional vai jogar em casa, diante dos adeptos em Portimão. Acha que o ambiente pode influenciar positivamente num momento como este?
FM – Sim, claro. Esperamos que o pavilhão esteja bem composto, completo, porque é sem dúvida um fator motivacional extra termos todos os adeptos a torcer por nós e a ajudarem-nos. É um fator positivo para nós e às vezes desmotivador para a equipa adversária.
SM – Portugal vem numa crescente muito grande no andebol nos últimos anos. O que representa para o desenvolvimento da modalidade estar em mais um Mundial?
FM – Para mim, enquanto jogador de andebol, e para nós que aqui estamos todos os dias a lutar por isso, é muito importante conseguirmos afirmar que realmente estamos mesmo numa crescente. Ainda no fundo estamos há três quatro anos a aparecer nas grandes competições e seria muito importante continuar nessa cena e a estar nas grandes competições para ajudar a modalidade, até para as crianças que começam a ver algum desporto possam se interessar pelo andebol para no futuro o andebol continuar nessas grandes competições.
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