Dois portugueses assinaram em coautoria um novo estudo sobre os desafios que cercam o futebol feminino de elite. A modalidade, existente desde o final do século 19, mas impulsionado a partir da criação do Mundial (em 1991) e da presença das mulheres futebolistas nas Olimpíadas de Atlanta (em 1996), vem ganhando cada vez mais visibilidade. Não em vão, passa a ser mais estudada.
O artigo científico intitulado “Elite women’s football: Evolution and challenges for the years ahead” (em português “Futebol feminino de elite: evolução e desafios para os próximos anos”) foi publicado num número especial do “Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports”, que será lançado em 2022 e será totalmente dedicado à investigação no futebol feminino.
Assinam o estudo os portugueses João Brito (Fisiologista da Unidade de Saúde e Performance da FPF e investigador da Portugal Football School) e Rita Tomás (investigadora da Portugal Football School), além de Pernille Harder, já eleita a melhor jogadora da temporada europeia 2019/20 ao serviço do Chelsea e da seleção da Dinamarca, George Nassis (da South Denmark University), Kenneth Heiner-Moller (da Federação Dinamarquesa de Futebol), Katrine Okholm Kryger (da Universidade Al Ain de Abu Dhabi) e Peter Krustrup (da South Denmark University).
O objetivo deste editorial, de acordo com o resumo publicado, “é discutir os desafios que o futebol feminino pode enfrentar a curto e a longo prazo. A compreensão de tais desafios permitirá que profissionais e cientistas trabalhem de forma mais eficaz na busca de soluções para superá-los.”
Para cumprir o objetivo acima, foi adotado um modelo integrado de gestão e coaching de desempenho em saúde. De acordo com este modelo, todas as partes interessadas (por exemplo, jogadores, treinadores, equipa científica etc) podem ter uma palavra a dizer na tomada de decisão com relação a questões relacionadas à ciência e medicina do desporto.
“Este editorial procura conhecer a necessidade da comunidade do futebol em trabalhar mais para o desenvolvimento do futebol feminino. A beleza deste editorial é que conseguimos reunir pontos de vista de várias partes interessadas (jogadores, treinadores e staff de apoio)”, afirmou George Nassis.