João Sousa despediu-se do ténis profissional, na passada quarta-feira, com uma derrota na primeira ronda de pares do Estoril Open, ao lado do brasileiro João Fonseca, frente à dupla Marcelo Demoliner e Sem Verbeek. Antes, tinha encerrado a sua carreira em singulares com uma derrota na primeira ronda frente ao jovem francês Arthur Fils.
“Hoje é um dia especial pelo momento, obviamente, não pela derrota, mas também era um bocadinho expectável. Acho que, apesar de não estar nas melhores condições físicas, dei tudo nos últimos tempos para estar a 100% aqui. E, apesar de tudo, acho que não fiz um mau encontro. Eu acho que é muito mérito do Arthur [Fils], que acho que fez um excelente encontro”, avaliou.
O tenista vimaranense revelou que só percebeu que o final da carreira estava “ao virar da esquina” no ‘match point’ e percebeu a emoção das pessoas na bancada.
Na sala de imprensa, o vimaranense de 35 anos recordou os “muitos momentos” passados no Clube de Ténis do Estoril, onde se sagrou campeão em 2018.
“Não é um momento de tristeza, é um momento de alegria, porque acho que, independentemente de tudo, sempre dei o meu melhor. Estou de consciência tranquila. As pessoas, às vezes, perguntam-me acerca disso. Eu estou de consciência tranquila. Dei o meu melhor sempre para ser melhor jogador, para tentar alcançar os meus objetivos. E, como digo, independentemente da derrota, obviamente gostaria de ter dado vitórias aos portugueses, mas não foi possível. E, portanto, tenho que aceitar isso com naturalidade”, disse, não colocando de lado a hipótese de, “um dia”, selecionador de Portugal.
“Não é um desporto. Nós temos que viver o ténis. E foram muitos anos dedicados a isso, à alta competição, ao ténis, a querer ser melhor. E, portanto, segue-se um período de reflexão bastante profunda, de tentar descansar também desta alta roda e da competição, que acho que é importante. Mas acredito que outros capítulos virão, certamente relacionados com o ténis. Seleção? Primeiro de tudo, já temos um capitão [Rui Machado] e acho que tem feito um excelente trabalho. E eu, futuramente, sim, eu acho que seria algo que eu poderia fazer, por que não? A Taça Davis é uma competição que me diz muito […]. Sempre que fui convocado, nunca falhei uma única eliminatória da Taça Davis e realmente sinto que não existe maior honra do que representar o nosso país na maior das competições que existe a nível de países e vivi muito intensamente a Taça Davis”, finalizou, num tom tranquilo, numa conferência de Imprensa realizada no Estoril.
Fotos: Millennium Estoril Open