Uma das principais esperanças de medalha nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, André Ramos voltou a dar provas que vive uma grande fase pessoal. O atleta Sporting Clube de Espinho foi um dos três medalhados de Portugal no último Mundial de Boccia, que decorreu no Brasil na última semana. Com conquista de mais uma relevante medalha de bronze na classe BC1, o paralímpico português natural de Almada destacou o sentimento de “missão cumprida” com mais um pódio na carreira, sem perder de foco o desejo de seguir em evolução.
“Depois da minha mudança de clube, não foi fácil manter a estabilidade psicológica, mas felizmente consegui-me focar, e olhar para este campeonato Mundial como um virar de página, um novo capítulo na minha carreira. Fiz bons jogos e por isso estou de parabéns. Mas, sei que consigo mais e melhor, por isso há que trabalhar”, afirmou, em declaração à SportMagazine.
André Ramos, desde 2018 na Seleção Nacional, foi o primeiro a conquistar uma medalha para Portugal no Mundial, ao vencer na disputa pelo terceiro lugar o brasileiro José Carlos Chagas de Oliveira (9-0). Competiram na classe BC1 masculinos um total de 18 atletas. Além de André, Ana Sofia Costa foi campeã mundial na classe BC3 feminino, enquanto José Abílio Gonçalves conseguiu a prata na vertente masculina da mesma classe.
“Portugal tem os melhores atletas, não tenho dúvidas nisso. Somámos três medalhas, o que é positivo, mas tenho a certeza que somos capazes de mais. Tenho a certeza que nós, atletas, vamos trazer ainda mais medalhas neste ciclo paralímpico”, garantiu André Ramos, que soma o título de campeão europeu em equipa e mais uma medalha de bronze na mesma competição, em 2021.

Foto: Reprodução/Instagram @andre.ramos22
Muito perto de conquistar uma medalha nos últimos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado, quando terminou com uma honrosa quarta classificação, o atleta de 26 anos vem consolidando um lugar entre os principais atletas da boccia no mundo, o que o credencia como um dos principais postulantes do país a subir ao pódio nos próximos Jogos Paralímpicos – facto este que trata com cautela.
“O foco já é Paris 2024, desde que terminou Tóquio 2020. Os objetivos até 2024, são as conquistas. Só isso nos dará um lugar em Paris. Nada é fácil, é certo. Mas vamos trabalhar para isso e esse lugar tão desejado chegará”, pontuou.
André Ramos disputa na classe BC1, para atletas com transtorno do movimento de grau moderado nos braços e ombros e de alto grau no tronco e nas pernas. Os atletas superam o pouco controlo e equilíbrio que têm do tronco e o facto de estarem sentados, pelo modo determinado e focado com que atiram, podendo competir com o auxílio de assistentes, que devem permanecer fora da área de jogo. O auxiliar pode, apenas, estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola a pedido.

André Ramos esteve nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Foto: CPP/Carlos Alberto Matos