A ginasta olímpica natural da Maia conseguiu, em 2021, aos 25 anos, a melhor classificação portuguesa de sempre na disciplina. Numa idade em que a veterania poderia parecer um handicap perante atletas mais novas, afinal, até foi uma vantagem.
SportMagazine (SM) – Nos Mundiais de Ginástica, em Kitakyushu, Tóquio, consegue um feito inédito ao classificar-se em 7º lugar no concurso completo (all-around), entre as 24 melhores ginastas mundiais, todas mais novas do que a Ana Filipa. Foi o triunfo da experiência?
Ana Filipa Martins (AFM) – À medida que vamos avançando na idade mais difícil é a preparação para cada competição. No meu caso, 2021 foi o meu melhor ano desportivo de sempre. Foi também um ano diferente pois numa situação normal, após as Olimpíadas não costuma haver Campeonatos do Mundo, mas achei que era uma boa oportunidade e agarrei-a. Há muitos atletas que decidem fazer uma pausa depois dos Jogos, porque é o culminar de um ciclo de preparação muito duro e difícil. Eu estava bem preparada, sabia que podia alcançar um bom resultado nesse Campeonato do Mundo. Competi contra ginastas mais novas, mas algumas menos experientes e em certos momentos críticos isso pode fazer a diferença.
SM – O facto de ter vencido ginastas mais novas, que teoricamente teriam vantagem, foi uma realização pessoal e desportiva mais intensa?
AFM – Sim, quanto mais novos somos menos experiência competitiva temos, e em cada momento ficamos mais ou menos nervosos. Num ano de pandemia, perante tantas dificuldades, ter conseguido o meu melhor ano desportivo de sempre, quer dizer que estou a entrar num período melhor enquanto atleta e não pior por causa da idade. Já conheço bem o meu corpo e todas as suas possibilidades competitivas e por isso a idade até acaba por ser uma mais-valia e uma vantagem competitiva. Isso aconteceu nos Mundiais. Agora quero estar em Paris, em 2024, e vou trabalhar para esse objetivo.
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